Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Luciana Janeiro
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Orientador(a): |
Miranda, Lilian
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Banca de defesa: |
Sá, Marilene de Castilho,
Gonzalez, Lilian Maria Borges |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Instituto de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14381
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Resumo: |
A Atenção Básica em Saúde tem se caracterizado por um processo de expansão do modelo assistencial, notoriamente observado no município do Rio de Janeiro, com ênfase na Estratégia Saúde da Famíla (ESF). Essa expansão, iniciada em 2011, está sendo implementada sob a rubrica de Clínica da Família, sendo configurada por um processo de co-gestão entre Organizações Sociais e Secretaria Municipal de Saúde. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo geral investigar os sentidos que os/as usuários/as dos serviços da ESF atendidos/as nas Clínicas de Família carioca atribuem ao cuidado em saúde. Os objetivos específicos são: conhecer as formas de utilização e valoração das Clínicas de Família pelos/as usuários/as, conhecer o modo como os/as usuários/as estão construindo seus percursos terapêuticos e seus anseios ligados à saúde e discutir as experiências da população atendida no modelo da ESF no que se refere às práticas de cuidado. A pesquisa se apoia na noção de saúde desenvolvida pelo filósofo George Canguilhem e na discussão sobre cuidado empreendida por autores do campo da saúde coletiva, como Emerson Merhy, Luís Cecílio Oliveira, Ricardo Ayres, Rubem Araujo Mattos, dentre outros. Trata-se de um estudo qualitativo, que utilizou a modalidade de “narrativas de vida” como formato de construção do material empírico, entendendo ser este um caminho propício para chegar aos sentidos protagonizados pelos sujeitos de pesquisa, segundo o que lembram e elaboram acerca da sua vida e, mais especificamente, do objeto em estudo. Foram desenvolvidas entrevistas em profundidade com doze usuárias indicadas pela equipe de uma Clínica da Família e o material empírico produzido foi organizado em três eixos: Integralidade, Clínica da Família e Cuidado em Saúde. No eixo Integralidade percebemos os limites da integração da ESF a outras redes de cuidado, seja dentro do setor saúde e/ou fora dele. As mudanças constantes de profissionais (mais estritamente relacionada à equipe médica), são tidas como insatisfatória pelos/as usuários/as e incindem de forma desfavorável na construção da integralidade do cuidado. No segundo Eixo percebemos que a Clínica da Família ocupa certa centralidade na vida das pessoas entrevistadas, sendo uma referência de busca de suas necessidades em saúde. Além disso, as/os usuárias/os também indicam que vão costurando suas próprias redes de cuidado, a partir das longas buscas por tratamento, de apoios sociais, bem como do uso associado dos sistemas público e privado. Quanto ao Cuidado em Saúde pudemos notar que ainda é expressiva sua creditação à ciência biomédica, às tecnologias diagnósticas e à medicação como elementos preponderantes e centrais. Observamos, ainda, intensa demanda das entrevistadas por uma escuta sensível das diferentes questões que envolvem suas vidas e interferem na saúde e no cuidado com ela. Assim, ao mesmo tempo que valorizam os procedimentos medico-diagnósticos e a medicação, pedem que suas aflições, dúvidas, bem como, seus saberes de vida sejam mais acolhidos e compreendidos |