Memória ferroviária em Vila de Cava: o direito à memória na construção do patrimônio cultural da Baixada Fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Viana, Joana D'Arc Cesar lattes
Orientador(a): Pereira, Raquel Alvitos
Banca de defesa: Pereira, Raquel Alvitos, Angelo, Elis Regina Barbosa, Rosa, Isabela de Fátima Fogaça, Heymann, Luciana Quillet, Oliveira, Otair Fernandes de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14374
Resumo: Esta dissertação se volta para o estudo da estação de Vila de Cava e, em particular, para o diálogo que esse bem patrimonial estabelece com o campo da memória ferroviária. Há muitos elementos constitutivos da memória ferroviária que marcam a localidade de Cava, que hoje é um bairro que integra o município de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro. Estes elementos que ainda existem no imaginário individual e coletivo de homens e mulheres, em especial de gerações mais antigas, estão em vias de apagamento e, por isso, precisam ser revisitados e rememorados. Um dos objetivos dessa pesquisa é, portanto, refletir sobre as lembranças contidas no imaginário individual e coletivo de sujeitos e grupos sociais que vivem nas proximidades da estação de Vila de Cava e que, de alguma forma, construíram vivências a partir do espaço da estação que integrava a Ferrovia Rio D’Ouro. A estação foi tombada como patrimônio histórico da cidade de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), em 1989. No entanto, apesar de tombada e ser um acervo cultural da cidade, não houve qualquer gerência e fomento do Estado ou do município sobre ela. Esta dissertação buscou, na história local e nas reminiscências dos moradores da região, elementos que pudessem identificar as memórias vinculadas à estação e que se constituíram em diferentes temporalidades. E indícios que, porventura, pudessem estabelecê-la como objeto de reconhecimento de sua comunidade, a ponto desta ser realmente reconhecida como um patrimônio cultural ferroviário. Esta pesquisa ancora-se, ainda, nos conceitos de lugar de memória, direito à memória, memória ferroviária e patrimônio cultural. A memória porque parte da premissa de que há intencionalidade de se recordar de algo que anteriormente foi importante no campo privado ou coletivo, e, ao acessar essas lembranças e seus lugares, a memória pode se colocar a favor da história em um percurso a serviço de sua escrita. A memória ferroviária é evocada, pois se busca o reconhecimento do legado deixado pelo patrimônio industrial ferroviário e pela importância de seu testemunho, cuja herança associa-se às grandes transformações ocorridas na humanidade desde o século XIX. E o patrimônio cultural, por se tratar do conceito norteador desta dissertação, ao agregar elementos da cultura material e imaterial de forma interdisciplinar e em múltiplas abordagens. Além destes conceitos norteadores, a pesquisa se volta para o campo da história oral em uma abordagem qualitativa, visando estudos empíricos. Buscou-se sublinhar a importância das narrativas que se constituíram a partir da estação e, ainda, o potencial que essas apresentam para refundar a identidade da região de Vila de Cava.