Biologia e caracterização morfológica de Ornithocoris pallidus (Usinger, 1959) (Heteroptera: Cimicidae: Haematosiphoninae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bastos, Amanda Queiroz lattes
Orientador(a): Mallet, Jacenir Reis dos Santos lattes
Banca de defesa: Mallet, Jacenir Reis dos Santos, Matos, Christiane Santos, Freitas, Simone Patrícia Carneiro de, Silva, Júlia dos Santos, Lopes, Catarina Macedo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10794
Resumo: Os cimicídeos estão distribuídos em seis subfamílias. Dentre estas Haematosiphoninae tem nove gêneros e Ornithocoris possui duas espécies: Ornithocoris toledoi Pinto, 1927, por estar comumente associado a galinhas apresenta importância econômica e Ornithocoris pallidus (Usinger, 1959), de hábito silvestre associado principalmente a andorinhas. Conhecer a biologia e morfologia desta espécie contribuirá para a caracterização taxonômica do gênero, cujos estudos estão voltados para a forma adulta e último estádio ninfal. Ovos, ninfas e adultos foram obtidos de 10 ninhos coletados no município de Paula Cândido (MG), e mantidos em condições de laboratório, com alimentação em camundongos Mus musculus. O estudo foi realizado a partir de colônias estabelecidas com os adultos procedentes do campo. Foram observados parâmetros biológicos (ciclo de vida, número de repastos de ninfas, resistência ao jejum e longevidade de adultos) e morfológicos de ovo e ninfas pela microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). De um total de 2005 ovos, 187 foram destinados ao ciclo de vida, 34 e 30 para a resistência ao jejum e longevidade, respectivamente, e 120 para a morfologia. Das 187 ninfas de 1° estádio individualizadas para observação do ciclo e número de repastos, 142 completaram o 1°, 88 o 2°, 80 o 3° e 76 o 4° estádio. Para os estudos morfométrico e cromático foram utilizados 30 ovos (comprimento e largura), e 30 ninfas de cada estádio (comprimento total do corpo e da cabeça, largura da cabeça com os olhos, distância interocular, altura do pronoto, comprimento da cerda pronotal, comprimento dos segmentos antenais, do rostro e o comprimento e a largura do fêmur do 3° par de pernas. Para o estudo em MO os insetos foram diafanizados em hidróxido de potássio 10% aquecido, lavados com água destilada, em seguida imersos em ácido acético 1% e montados entre lâmina e lamínula em álcool 15%, observados em microscópio óptico, acoplado com câmara clara para a confecção dos desenhos. Para a MEV, os insetos foram montados em suportes metálicos presos com fita adesiva dupla face, mantidos em estufa a 50°C por 24 horas e metalizados com ouro para visualização ao microscópio eletrônico de varredura JEOL JSM 6390 LV da Plataforma de Microscopia Eletrônica Rudolf Barth- FIOCRUZ. O ciclo de vida de ovo a adulto apresentou quatro estádios ninfais em um tempo médio de 52 ± 10,7 dias, realizando de 0 a 8 repastos, dependendo do estádio. Os machos se mostraram menos resistentes ao jejum e com menor longevidade do que as fêmeas, com média de 60 ± 19,8 e 66 ± 21,2, e 225 ± 104 e 301 ± 106 dias, respectivamente. As ninfas de 1° e 2º estádio apresentaram maior número de repastos e mortalidade natural, respectivamente, do que os demais estádios. Entre as ninfas de 4°estádio alguns parâmetros mensurados tiveram média similar as obtidas por Usinger (1966), e os ovos de O. pallidus maiores do que os de O. toledoi (Carvalho, 1939; Snipes, 1940). Quanto à coloração, o ovo varia de translúcida a bege escura; de N1 a N3 é castanho clara e N4 castanho escura. Pela MO, N1 diferencia-se das demais por apresentar 1+1 cerda longa no ângulo humeral do pronoto, enquanto que de N2 a N4 existem duas cerdas. Em MEV, de N1 a N4 existe uma estrutura no ápice do segundo artículo da antena, ainda não descrita na literatura, e um ctenídio no ápice da tíbia do primeiro par de pernas também observado por Usinger (1966) em ninfas de Paracimex capitatus. Aspectos morfológicos como as estruturas das antenas, que merecem maiores estudos, as cerdas pronotais e a presença de ctenídio darão subsídios para incrementar a chave dicotômica elaborada por Usinger (1966). O encontro de quatro estádios ninfais para O. pallidus corroboram os obtidos por Jansen (1979) para O. toledoi, e permite afirmar que o gênero Ornithocoris pode ser cacterizado com quatro estádios ninfais.