Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Penedo, Diego Mattos
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Orientador(a): |
Nogueira, Denise Monnerat |
Banca de defesa: |
NOGUEIRA, Denise Monnerat,
ARMADA, Jorge Luís Azevedo de,
GOLDSCHMIDT, Beatriz,
SILVA, Heriberto Dias da,
LOPES, Claudia Andrea de Araujo |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10789
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Resumo: |
Diversos estudos vêm sendo realizados com macacos-prego e caiararas (Sapajus e Cebus) de modo a entender suas histórias evolutivas pelas Américas do Sul e Central. Análises genéticas, em associação às características de pelagem, auxiliam na identificação das relações entre as espécies e evidenciam a diversidade apresentada por ambos os gêneros. No Brasil, estão distribuídas predominantemente as espécies de Sapajus, sendo S. nigritus endêmica de Mata Atlântica e característica do sudeste. Na Ilha da Marambaia, importante área com remanescente florestal no estado do Rio de Janeiro, existe uma população de macacos-prego, sem nenhum estudo anterior. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a população de macacos-prego dessa região através de análises fenotípicas e genéticas, incluindo o padrão de pelagem, o sequenciamento do gene mitocondrial Citocromo Oxidase II e a avaliação do cariótipo com coloração convencional e bandamento de heterocromatina constitutiva (banda C). Foram realizadas, também, entrevistas com moradores e militares da região, de modo a identificar a possível origem e isolamento dos primatas. Foram analisados doze espécimes, oito machos e quatro fêmeas. As características de pelagem coincidiram, de modo geral, com descrito para S. nigritus, sendo observada coloração variando de marrom a enegrecida no dorso, membros, cauda e topo da cabeça, além de peito amarelo e face branca ou amarelo-clara, contrastante. Tufos de pelos no topo da cabeça foram observados nos adultos, sendo maiores nas fêmeas. A análise do gene mitocondrial revelou maior proximidade da população da ilha com S. xanthosternos, que ocorre na Bahia, e em seguida com S. cay, que ocorre em parte do Brasil e no Paraguai. A maior divergência apresentada foi em relação a populações de S. nigritus da Argentina. A análise do cariótipo revelou padrão condizente com as espécies de Sapajus, com 2n = 54 (XX ou XY), embora a morfologia do cromossomo sexual Y, submetacêntrica, fosse divergente do comumente descrito na literatura (acrocêntrica). Apresentaram banda C intercalar os pares cromossômicos 4, 11, 12 e 17. O par 11 mostrou-se com três polimorfismos, todos intercalares e diversificados entre si por processos de deleção e inversão. O padrão deste par foi divergente do descrito, como um pequeno acrocêntrico, para S. nigritus em populações da Argentina, apresentando bandamento semelhante ao considerado específico de S. xanthosternos. Segundo o levantamento realizado, a população de primatas parece ser natural da ilha, estando provavelmente isolada. De acordo com as divergências genéticas encontradas, a população da Ilha da Marambaia pode ter conservado características ancestrais. O padrão de banda C do par 11 indica que o polimorfismo descrito para populações da Argentina pode não corresponder a toda a distribuição de S. nigritus. Estes dados podem auxiliar no entendimento da diversidade e evolução das espécies de Sapajus, uma vez que este teria irradiado a partir do sudeste brasileiro. Novos estudos com populações de outras regiões do Rio de Janeiro são necessários para se averiguar o padrão de bandamento de heterocromatina apresentada para o par 11, bem como as relações genéticas demonstradas pelo sequenciamento do gene mitocondrial para a população da Ilha da Marambaia. |