Variações morfológicas de três populações de Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) (Ostariophysi; Characiformes; Erythrinidae) no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Souza, Igor Catharino de lattes
Orientador(a): Araújo, Francisco Gerson lattes
Banca de defesa: Silva, Helio Ricardo, Britto, Marcelo Ribeiro de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10810
Resumo: A traíra, Hoplias malabaricus, é um Erythrynidae de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em todas as grandes bacias hidrográficas da América do Sul que deságuam no Oceano Atlântico. As séries de glaciações que ocorreram no Pleistoceno provocaram sucessivas regressões e transgressões no nível dos oceanos. Estas variações no nível marinho possibilitaram que muitas das atuais drenagens costeiras independentes formassem complexas redes fluviais, o que provavelmente permitiu livre deslocamento da biota aquática, formando comunidades com populações continuamente distribuídas, incluindo as populações de Hoplias malabaricus. Devido sua ampla distribuição, comportamento sedentário, não migratório, e grande variabilidade cariotípica já registrado na literatura, está é uma espécie com situação taxonômica confusa. Este conjunto de particularidades torna H. malabaricus um bom modelo para estudos de variações morfológicas geográficas, decorrentes de efeitos vicariantes das transgressões marinhas do final do Pleistoceno. Este trabalho teve como objetivo verificar a ocorrência de eventuais variações morfológicas de H. malabaricus em três localidades próximas geograficamente (distantes menos de 70km uma das outras): os rios Paraíba do Sul e Guandu, e Lagoa Vermelha, situada na Ilha da Marambaia, todos no estado do Rio de Janeiro. Para verificação das variações foram utilizados 39 caracteres morfométricos e 6 merísticos, os dados referentes à cabeça foram comparados com o tamanho da cabeça, enquanto que os dados referentes ao corpo foram comparados com o comprimento padrão. Os dados morfométricos brutos foram inicialmente analisados através da ANCOVA para comparações nos coeficientes lineares e constantes angulares. A distorção causada pelo efeito de tamanho será corrigida pela da transformação dos dados brutos utilizando a metodologia de Thorpe. Para comparações do tamanho dos caracteres entre as três localidades foi utilizada a ANOVA, seguido do teste de Tukey para comparação das médias. Apenas os dados que apresentaram diferenças significativas nas análises ANOVA e ANCOVA foram utilizados para comparações entre as populações. Análise dos Componentes Principais e Análise Discriminante foram utilizadas para determinar padrões de variação. Os resultados v mostraram que os espécimes da Lagoa Vermelha possuem as medidas da cabeça e tamanho das nadadeiras comparativamente maiores que as demais localidades, já os espécimes do rio Guandu caracterizaram-se pelo maior comprimento das bases das nadadeiras, e os espécimes do rio Paraíba do Sul possuem a nadadeira dorsal em posição posterior. Por outro lado, a análise dos dados merísticos não mostrou diferenças entre as três localidades. Com base nas diferenças morfométricas foi possível distinguir três grupos de H. malabaricus, com maior diferença para a população da Lagoa Vermelha, e uma maior proximidade para as populações dos rios Guandu e Paraíba do Sul.