Avaliação da participação dos canais KATP hipotalâmicos na atividade autonômica cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ferreira, Bruno Paes Leme lattes
Orientador(a): Fernandes, Luciano Gonçalves
Banca de defesa: Fernandes, Luciano Gonçalves, Mecawi, André de Souza, Silva, Luís Felipe Souza da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11410
Resumo: Os canais para potássio sensíveis a ATP (KATP) são importantes proteínas de membrana capazes de acoplar o metabolismo celular com atividade neurossecretórias e eletrofisiológicas de acordo com o tipo celular em que ocorre. A presença destes canais em neurônios hipotalâmicos tem sido relacionada com mecanismos de glicosensibilidade, uma vez que a glicose é a principal fonte energética utilizada pelos neurônios. O núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) desempenha diversas funções fisiológicas, como o controle autonômico dos mais variados sistemas orgânicos, incluindo o sistema cardiovascular. Os neurônios do PVN expressam estes canais KATP, e já foram descritas populações de neurônios glicossensíveis neste núcleo. Entretanto, a participação destes canais no controle da atividade autonômica cardiovascular ainda não foi bem descrita. Assim, neste estudo investigamos se a manipulação farmacológica central dos canais KATP promoveria alterações autonômicas cardíacas. Para isso foram utilizados ratos machos Wistar (250-300g) submetidos à cirurgia de estereotaxia para implante de cânula-guia no terceiro ventrículo cerebral em região próxima ao PVN (1,8mm posterior ao Bregma e 8,2mm abaixo da calota craniana). Sete dias depois, os animais foram submetidos a um registro eletrocardiográfico (ECG) basal, seguido por microinjeção de veículo (Molecusol 5%), glibenclamida (5mM, um bloqueador do canal) ou diazóxido (25µM, um ativador do canal). A análise da variabilidade da frequência cardíaca foi analisada pela Transformada Rápida de Fourier. A análise estatística foi realizada com ANOVA one-way. Todos os procedimentos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRRJ sob protocolo 002190/2014. Não houve diferenças significativas na frequência cardíaca (Controle: 296,9±16,84 bpm vs 321,3±12,95 bpm, respectivamente basal e experimental, n=10; glibenclamida: 339,3±10,26 bpm vs. 326,3±12,23 bpm, n=10; diazóxido: 310,8±16,68 bpm vs 312,2±10,75 bpm, n=12) ou nos componentes de alta (Controle: 37,27±3,79 n.u. vs 43,18±4,534 n.u., n=11; glibenclamida: 47,08±4,718 n.u. vs 40,92±3,771 n.u., n=13; diazóxido: 49,31±2,951 n.u. vs 46,62±4,110 n.u., n=13) e baixa frequência (Controle: 62,73±3,79 n.u. vs 56,82±4,534 n.u., n=11; glibenclamida: 52,92±4,718 n.u. vs 59,08±3,771 n.u., n=13; diazóxido: 50,69±10,64 n.u. vs 53,38±4,11 n.u., n=13) do espectro de variabilidade da frequência cardíaca. Estes resultados estão de acordo com a literatura, onde experimentos com a manipulação farmacológica central in vivo dos canais KATP em condições basais não foi capaz de promover alterações nas variáveis cardiovasculares. Ainda, estudos eletrofisiológicos em neurônios do PVN mostraram que os mecanismos de glicossensibilidade destas células parecem ser independentes do bloqueio de canais KATP. Assim, nosso estudo sugere que a manipulação farmacológica central do canal KATP em condições basais não altera parâmetros autonômicos cardíacos agudamente.