O racionalismo crítico de Karl Popper: um elo entre racionalidade epistemológica e racionalidade política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vieira, Daniel Mota lattes
Orientador(a): Silva, Walter Valdevino Oliveira lattes
Banca de defesa: Silva, Walter Valdevino Oliveira lattes, Oliva, Alberto lattes, Camerino, Luciano Caldas lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13503
Resumo: A aceitação do realismo metafísico configura-se como o principal pilar do projeto epistemológico do filósofo Karl Popper (1902-1994). Apoiado na rejeição da concepção justificacionista do progresso do conhecimento, Popper vê a crítica intersubjetiva de hipóteses ou conjecturas como a adequada via da evolução do saber científico. A partir disso, tendo em vista a constatação lógico-epistemológica do poder decisivo da evidência negativa quanto a se pronunciar sobre a universalidade nômica, mostramos que a visão de mundo liberal, tal como abraçada por Popper em A sociedade aberta e seus inimigos, é aquela capaz de dar à crítica uma relevância positiva na averiguação de seus projetos, dado que não aprendemos por alcançar a Verdade ou a certeza absoluta, mas pela constante aplicação do método de ensaio e erro. Estando atentos à nossa incapacidade de acumular todo o conhecimento disperso entre variegadas mentes, além da fragilidade do indutivismo, vemos que não podemos ostentar postulações de conhecimento que se assenhorem do todo da realidade, e veremos que as teorias historicistas, isto é, apoiadas na aceitação de um inexorável destino histórico, e as utopistas mostram-se incompatíveis com a epistemologia negativista abraçada pelo filósofo austríaco e por ele estendida à análise sócio-política. Concluiremos com uma breve análise de críticas desenvolvidas por comentadores, destacando-se Anthony Quinton (1925-2010), que, observando os comentários de Popper acerca das filosofias de Platão, Hegel e Marx, dados como principais inimigos da sociedade aberta, duvida de uma forte conexão entre historicismo e totalitarismo e considera que nenhum desses três pensadores foi totalitário. Platão e Hegel seriam, no máximo, apregoadores de um projeto autoritário de poder. Nos mesmos moldes, veremos as principais diretrizes da crítica de Burleigh Taylor Wilkins (1932-2015) ao anti-historicismo popperiano, dentro da indagação acerca de um possível significado da história, em seu célebre livro Has History Any Meaning? A Critique of Popper’s Philosophy of History (1978)