Caracterização da resistência antimicrobiana e estudo fenogenotípico da produção de betalactamases em enterobactérias associadas à etiologia da mastite bovina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santiago, Gabrielli Stefaninni lattes
Orientador(a): Coelho, Shana de Mattos de Oliveira lattes
Banca de defesa: Costa, Renata Garcia, Pereira, Ingrid Annes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11967
Resumo: A utilização de antimicrobianos na profilaxia das infecções intramamárias e na eliminação de prováveis fontes de infecção nas fazendas leiteiras constituem importantes medidas de controle da mastite bovina. No entanto, o uso inadequado de antimicrobianos pode gerar o aparecimento de cepas resistentes. As enterobactérias estão entre os principais agentes etiológicos da mastite bovina ambiental e são frequentemente resistentes aos antimicrobianos, em especial aos β-lactâmicos devido à produção de betalactamases. Algumas enterobactérias produzem betalactamases de amplo espetro (ESBL) como AmpC, TEM, SHV, CTX-M e carbapenemase que podem ser classificadas em diversos grupos dependendo da estrutura molecular e substrato de atuação. Além disso, podem desenvolver resistência a outros antimicrobianos que são frequentemente utilizados no tratamento de infecções causadas por enterobactérias. O presente estudo avaliou o perfil fenogenotípico de resistência aos β-lactâmicos, com ênfase na detecção de betalactamases, e outras classes de antimicrobianos em 42 isolados provenientes de 381 amostras de leite obtidas de 9 fazendas situadas na mesorregião do Rio de Janeiro-RJ de modo a contribuir com dados que ajudem no subsídio para a implementação de medidas de controle dessa enfermidade. As fazendas A e D apresentaram condições higiênico-sanitárias precárias, muita contaminação fecal e as maiores taxas de prevalência de enterobactérias no leite mastítico. Os isolados suspeitos de produzirem AmpC foram submetidos ao teste de disco aproximação que também foi realizado, em adição ao Etest, para os suspeitos de produzirem ESBL (2be). O Teste de Extrato Tridimensional (TET) foi realizado para todos estes suspeitos. A produção de carbapenemase foi avaliada por meio do Teste de Hodge Modificado e todos os isolados foram submetidos à técnica de PCR para busca dos genes aacC2, qnr, blaTEM, blaSHV,blaCTX-M e blaampC. As enterobactérias predominantes nas amostras de leite foram o Proteus mirabilis (45%) e Escherichia coli (40%). O maior percentual de resistência foi à ciprofloxacina e os genes de resistência aos aminogliosídeos (aacC2) e a quinolonas (qnr) foram detectados em 25% e 66,7% de isolados resistentes a estes antimicrobianos, respectivamente. Foi constatada uma elevada variabilidade no perfil fenotípico e a multirresistência foi detectada em 97,6% dos isolados avaliados. Todos os isolados produziram betalactamases, o grupo 1 foi predominante e 30% das betalactamases deste grupo foram classificadas como sendo do tipo induzível. Nenhum isolado apresentou o perfil fenotípico para ESBL (2be) nem carbapenemase. O TET confirmou a negatividade da produção de ESBL (2be) porém revelou ser pouco sensível na detecção de AmpC. Os genes blaTEM, blaSHV,blaampC e blaCTX-M foram detectados em 61,9%, 42,8%, 23,8%, 9,5% dos isolados, respectivamente. A espécie P. mirabilis blaTEM + pertencente ao grupo 1e e a espécie E. coli negativa para todos os genes pertencente ao grupo 2a foram prevalentes. Um total 66% dos isolados classificados como grupo 2 apresentou os genes blaTEM e blaSHV e 15% pertencentes ao grupo 1 apresentaram o gene blaampC. A variabilidade fenogenotípica detectada indica a presença mecanismos múltiplos de resistência antimicrobiana, o que é preocupante tendo em vista a disseminação da resistência bacteriana determinando um impacto clínico e epidemiológico para a medicina veterinária e humana.