O Grupo Globo e a formação do trabalhador de novo tipo: atuação da Fundação Roberto Marinho na difusão da Pedagogia da Hegemonia (1977-2000)
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13245 |
Resumo: | O presente trabalho teve como tarefa caracterizar as três primeiras décadas de atuação da Fundação Roberto Marinho, destacando as redes de atuação estabelecida na sociedade civil e política, bem como as estratégias pedagógicas para a implementação de uma agenda da burguesia para a educação da classe trabalhadora atendendo as demandas de formação para o trabalho simples em cada etapa histórica abordada. Entendendo que a história da Fundação se confunde com a do Grupo Globo, compreendemos que a caracterização e atuação da primeira passa necessariamente pela descrição das redes de interesses do segundo, e, portanto, trabalhamos na identificação da atuação organizada do Grupo enquanto um partido segundo a análise do pensador Antonio Gramsci. Empreendemos a tarefa de apresentar a Metodologia Telessala como uma atualização da pedagogia política implementada pela Fundação Roberto Marinho em tempos de reconfiguração do bloco histórico em decorrência dos agravamentos da crise estrutural do capitalismo a partir da década de 1970. Destacamos a relevância das orientações trazidas pela Conferência de Jomtien em 1990 e a incorporação dessas orientações no Brasil no plano Educação para Todos. Assim, as políticas públicas para educação nos anos 1990 manifestaram todos os interesses do empresariado organizado na Reforma do Estado que, na educação, se apresentou com a incorporação da lógica do capital humano e da qualidade total na dinâmica escolar, tornando-a uma espécie de empresa que deve prestar contas à sociedade civil. Essa dissertação teve como objetivo geral compreender a pedagogia política da Fundação Roberto Marinho para a formação do trabalhador de novo tipo, entendendo-a como o principal Aparelho de Hegemonia do Grupo Globo para a implementação de sua agenda para a formação para o trabalho simples. Como procedimentos metodológicos, partimos do levantamento bibliográfico a partir de fontes primárias e secundárias sobre a atuação da Fundação que incluíram documentos próprios disponibilizados nas plataformas digitais, bem como de fontes secundárias – dissertações e teses afins, artigos, livros sobre a temática etc. Toda análise é feita sob a ótica do materialismo histórico-dialético que compreende os movimentos da história como expressão mais imediata da luta de classes, estimulando o aprofundamento da lente sobre os aspectos categóricos essenciais das manifestações fenomênicas do objeto em análise. Outro aporte teórico importante é a chave teórico-metodológica do estado Ampliado de Gramsci que permitiu a análise da Sociedade Civil como um dos momentos superestruturais do Estado, em uma lógica de balanço entre consenso e coerção. Chegamos à conclusão de que a Fundação executa a tarefa de atualização da pedagogia política do Grupo Globo que, milita na ampliação do consenso em torno das propostas grande burguesia representada pelo Todos Pela Educação. Além disso, a Fundação contribui na difusão de materiais e métodos que avançam sobre o cotidiano da escola pública, tornando-a um veículo de difusão da pedagogia das competências e formação para o trabalho simples. |