Avaliação sensitiva e motora de gatos submetidos à anestesia peridural guiada por neuroestimulação pela abordagem sacrococcígea com diferentes volumes de bupivacaína 0,5%.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Gilberto Araújo lattes
Orientador(a): Paiva, Jonimar Pereira lattes
Banca de defesa: Otero, Pablo Ezequiel, Marucio, Rodrigo Luiz, Ascoli, Fabio Otero, Silva, Marta Fernanda Albuquerque da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14224
Resumo: A anestesia peridural em gatos, pela abordagem sacrococcígea, parece ser uma alternativa mais segura que a lombossacral. Nesta espécie, a medula espinhal termina ao nível sacral, por isso acredita-se que a abordagem caudal reduza a incidência da punção medular e a administração subaracnóide inadvertida, quando o propósito é realizar a anestesia peridural. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da anestesia peridural guiada pela neuroestimulação pela abordagem sacrococcígea com dois volumes diferentes de bupivacaína a 0,5%. Foram utilizados 18 gatos hígidos divididos em três grupos com seis animais, grupo controle (GC) e tratados GI e GII. No exame pré-anestésico (M0), foram avaliados os sinais vitais, o estado de consciência e realizado o exame neurológico periférico. Este último foi classificado por escore em suas funções sensitivas e motoras, divididas por região corpórea na sequência: cauda e períneo, membro pélvico, abdômen, tórax e membro torácico. Os testes sensitivos foram avaliados quanto à resposta ao estímulo mecânico nociceptivo em dermátomos correspondentes aos nervos pudendo, peroneu, tibial, cutâneo femoral lateral, inervação cutânea do tórax e abdômen e nervo radial nessa ordem. Os testes motores foram classificados quanto ao relaxamento muscular da cauda e membros, reflexo miotático patelar, teste de propriocepção e habilidade em caminhar, se manter em pé e movimentar a cauda. Todos os animais foram sedados com xilazina 1 mg.kg-1 pela via intravenosa (IV). Após cinco minutos (M1), constatando-se a sedação, a punção peridural foi realizada via sacrococcígea guiada pela neuroestimulação com corrente elétrica fixa em 0,7mA, 2Hz e 0,1ms. Os volumes administrados foram respectivamente 0,2 ml.kg-1 (GI) e 0,4 ml.kg-1 (GII) e imediatamente aplicada ioimbina 0,2 mg.kg-1 (IV). Através da repetição dos testes neurológicos foram determinados os tempos de latência e duração do bloqueio anestésico sensitivo e motor com os animais conscientes. A avaliação do grupo controle (GC) descartou a influência do protocolo de sedação na avaliação do bloqueio anestésico. Na região da cauda e períneo o tempo médio de latência foi inferior a dois minutos em todos os testes. Já o bloqueio sensitivo permaneceu por 125,0±64,1 minutos no GI e 165,0±25,1 minutos no GII, enquanto o bloqueio motor variou entre 75,0±50,2 e 87,5±55,7 minutos para o GI e entre 120,0±31,9 e 130,0±30,1 minutos para o GII. Verificou-se que, na região dos membros pélvicos, o bloqueio completo ocorreu de forma homogênea quando utilizado o maior volume (GII). Neste segmento, a latência para atingir o bloqueio sensitivo variou entre 2,7±0,8 e 4,0±2,1 minutos. Para o bloqueio motor variou entre 3,5±0,8 e 4,8±1,2 minutos. Já a duração do bloqueio sensitivo variou entre 55,0±49,9 e 102,5±36,0 minutos. Por fim, o bloqueio motor entre 24,0±13,4 e 85,0±43,1 minutos. Nenhum dos animais apresentou bloqueio ao nível dos membros torácicos. A avaliação da região torácica e abdominal não foi conclusiva com a metodologia adotada. A anestesia peridural pela abordagem sacrococcígea demonstrou ser uma alternativa viável em gatos. A bupivacaína a 0,5% promoveu o bloqueio anestésico predominantemente sensitivo, segmentar e proporcional ao volume administrado