Diversidade e interações ecológicas da fauna de formigas em áreas de cultivo orgânico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Amaral, Gustavo Correiro do lattes
Orientador(a): Almeida, Fábio Souto de lattes
Banca de defesa: Almeida, Fábio Souto de, Vargas, André Barbosa, Nunes, Antônio José Mayhé, Rodrigues, William Costa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13565
Resumo: Nas áreas agrícolas, as formigas (Hymenoptera: Formicidae) são vistas principalmente como pragas, mas participam de várias interações ecológicas que podem propiciar benefícios para os agricultores. Assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar a influência de atributos ambientais de áreas cultivadas sobre a fauna de formigas, comprando ainda as assembleias de formigas dos agroecossistemas com a fauna de formigas de uma floresta nativa. Além disso, teve como objetivo identificar e quantificar as possíveis interações ecológicas envolvendo formigas em agroecossistemas sob a influência dos efeitos da heterogeneidade ambiental. A coleta de dados foi realizada no Sistema Integrado de Produção Agroecológica-SIPA, Seropédica, Estado do Rio de Janeiro. A amostragem foi realizada na estação seca (inverno) e na estação chuvosa (verão) em uma plantação de bananas (Musa pariadisiaca L.) com vinhas de maracujá (Passiflora edulis Sims), uma agrofloresta; um cafezal (Coffea conephora Pierre) sombreado com Gliricidia sepium (Jacq.) e uma Floresta Ombrófla Densa (8 ha). Foram utilizados na amostragem da fauna de formigas as armadilhas tipo pitfall e o extrator de Winkler. Também foi realizada a coleta de dados sobre as interações ecológicas envolvendo formigas. Na amostragem com armadilhas foram coletadas 60 espécies. A maior riqueza de espécies foi observada na agrofloresta (38 espécies), seguida do cafezal (31 espécies), floresta secundária (29 espécies) e plantação de bananas (28 espécies). A riqueza e a diversidade de espécies médias na estação chuvosa não variaram significativamente entre as áreas com diferentes usos do solo ou foram influenciadas pela profundidade de serapilheira e pela temperatura do ar. Por outro lado, na estação seca houve o efeito do tipo de uso do solo e da profundidade de serapilheira sobre a riqueza e diversidade de espécies de formigas, mas a temperatura do ar não influenciou significativamente ambas variáveis. Nas duas estações, a composição de espécies de formigas variou significativamente entre todas as áreas estudadas. No estudo das interações ecológicas, foram coletadas 30 espécies de formigas, sendo a maior riqueza de espécies observada na agrofloresta e a menor no cafezal. Não houve diferença significativa entre o número médio de espécies de formigas coletadas nas áreas com diferentes usos do solo ou efeito de variáveis ambientais. A agrofloresta foi o ambiente onde ocorreu a maior variabilidade de atividades de formigas. A maioria das atividades das formigas foi classificada como potencialmente benéficas para as plantas cultivadas (68,75% das atividades). As atividades consideradas potencialmente prejudiciais foram minoria (31,25%). A fauna de formigas participa de diversas interações ecológicas uteis para o desenvolvimento de atividades agrícolas. Houve interações negativas, como a associação mutualística com outas ordens de insetos que são pragas fitossanitárias, além da atividade de formigas cortadeiras. A serapilheira foi a variável de maior atuação presente sobre a fauna de formigas no estudo. Por conta de sua diversidade de matéria orgânica morta na superfície do solo, fez com que o ambiente proporcionasse maiores e melhores condições de diversidade, riqueza e interações ecológicas. Essa diversidade vegetacional favoreceu a disponibilidade de recursos alimentares na estação seca. A heterogeneidade da agrofloresta possibilitou o maior número de interações ecológicas incluindo muitas benéficas