Tratamento da água residuária da suinocultura utilizando filtro orgânico e digestão aeróbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Adriana Paulo de Sousa lattes
Orientador(a): Pinheiro, Érika Flávia Machado lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Érika Flávia Machado, Silva, Leonardo Duarte batista da, Otenio, Marcelo Henrique
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13282
Resumo: A água residuária da suinocultura (ARS) apresenta um alto potencial poluidor e uma complexa e heterogênea constituição o que demanda a aplicação de técnicas de tratamento capazes de adequá-la aos padrões ambientais e acessíveis aos pequenos suinocultores. No entanto, é impossível estabelecer um sistema padrão, sendo imprescindível a análise de diferentes níveis de tratamento para permitir uma avaliação do sistema que se adapte a cada caso. Considerando o nível primário, os filtros orgânicos se destacam, apresentando baixo custo, elevada retenção de sólidos da ARS e o meio filtrante pode torna-se adubo ou condicionador do solo. Em nível secundário, a digestão aeróbia apresenta-se como uma técnica promissora e de fácil operação, capaz de promover a clarificação da fração líquida e a estabilização da fração sólida. Diante do exposto, o objetivo do estudo foi avaliar o potencial das técnicas de filtração e digestão aeróbia no tratamento da ARS. Para a filtração foi construída uma coluna utilizando garrafas PET, que foi preenchida com o bagaço de cana-de-açúcar triturado, constituindo o filtro orgânico. Durante a operação foram filtrados 50 L de ARS, desse efluente avaliou-se, a cada dois litros, o pH, a condutividade elétrica (CE), a concentração de sólidos totais (ST) e voláteis (SV). Também foram quantificados os teores totais de Ca, Mg, Cu, Zn, Mn, Fe e Al em amostras compostas por cinco amostras simples. Para a digestão aeróbia foram confeccionados e instalados três reatores biológicos aeróbios em bancada com um compressor de ar acoplado. Para cada reator foram transferidos 20 L de ARS que foram mantidos sob aeração por 32 dias. Após esse período, o efluente tratado foi transferido para o cone Imhoff para a separação das frações líquidas e sólidas as quais foram caracterizadas por meio do pH, ST, SV, N, demanda química de oxigênio (DQO), coliformes termotolerantes e os teores totais de Cu, Zn, Mn, Fe, Cd e Pb. Como resultado principal da técnica de filtração, observou-se que o efluente do filtro orgânico apresentou um aumento do pH e uma baixa redução da CE. A melhor eficiência do filtro foi entre 30 e 40 L de efluente filtrado, nesse intervalo foi possível obter uma retenção ST e SV maior que 40% e uma retenção de Cu e Zn acima de 93%. O Al foi o elemento menos retido no filtro, com remoção entre 13 e 19% no intervalo de 30 e 40 L de ARS filtrado. Como resultado da técnica de digestão aeróbia no tratamento da ARS, verificou-se para a fração líquida uma redução considerável de DQO (86,8%), coliformes termotolerantes (> 99,99%), Cu, Zn e Mn (> 87%). Observou-se um acréscimo nos teores de ST e SV e redução de N insuficiente para atender o limite estabelecido para a disposição no corpo hídrico. Quanto à fração sólida, constatou-se que a digestão aeróbia foi capaz de promover a estabilização dos compostos orgânicos, promoveu um aumento nos teores de N e ST e apresentou uma remoção significativa de coliformes termotolerantes adequando-a para a aplicação no solo após desidratação.