Comparação de métodos de análises para avaliação do perfil químico de amostras de cocaína apreendidas no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sant'Ana, Luiza D'Oliveira lattes
Orientador(a): Castro, Rosane Nora lattes
Banca de defesa: Castro, Rosane Nora, Fontes, Rosane Alves, Canuto, André Vinicius dos Santos, Violante, Flávio de Almeida, Herbst, Marcelo Hawrylak
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
Departamento: Instituto de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10241
Resumo: Foram analisadas 115 amostras suspeitas da presença de cocaína apreendidas pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro entre 2016 e 2017, nas regiões da cidade do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense e Costa Verde, onde 102 apresentavam aspecto de pó e 13 aspecto de crack. As amostras foram analisadas quanto ao teor de cocaína e de adulterantes e quanto a presença de diluentes, tendo como objetivo avaliar o perfil químico da cocaína (pó e crack) assim como comparar diferentes técnicas de análise. Essa identificação e quantificação dos adulterantes é importante já que, além de apresentarem propriedades farmacológicas, esses adulterantes podem apresentar efeitos adversos e atividades sinérgicas com a cocaína, aumentando a duração do efeito, o potencial de ação e a toxicidade. Foram realizados testes preliminares para indicação da possível presença de cocaína utilizando o teste de Scott, teste de Wagner, precipitação com AgNO3, teste de iodo/iodeto e hidrólise ácida. O teor de cocaína e a identificação e quantificação de adulterantes foram avaliados por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectroscopia de Massas (CG-EM) e Detector de Ionização em Chamas (DIC) utilizando padrões comerciais de cafeína, lidocaína, fenacetina e benzocaína e padrão purificado de cocaína. Outros adulterantes eventualmente presentes foram identificados por Espectrometria de Massas com auxílio de biblioteca de espectros comercial. A identificação de diluentes foi realizada por Espectroscopia Raman e Espectroscopia de Infravermelho (IVTF), sendo utilizados padrões comerciais de carbonato de cálcio (CaCO3), bicarbonato de sódio (NaHCO3), sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), carbonato de sódio (Na2CO3), amido, sacarose, glicose, lactose e manitol. Também foi avaliada a capacidade de detecção da cocaína e dos adulterantes por Espectroscopia Raman e IV-TF, comparando com a identificação e quantificação previamente realizada por CG-EM. Foi verificada a eficiência dos testes preliminares, as diferenças entre o perfil químico das amostras de crack e cocaína e possíveis diferenças entre as amostras provenientes das três principais facções criminosas do estado do Rio de Janeiro. A Espectroscopia Raman em geral se mostrou mais efetiva para a identificação dos diluentes inorgânicos na cocaína, enquanto a de Infravermelho foi melhor para a identificação do amido. A maior resolução e amplitude dos sinais também favoreceu a identificação da cocaína e dos adulterantes por Espectroscopia Raman, enquanto a Espectroscopia de Infravermelho apresentou sobreposições de determinadas bandas nas amostras de pó, dificultando a identificação. Foi possível observar maior percentual de cocaína nas amostras de crack em comparação com as amostras de pó. O adulterante observado com maior frequência nas amostras de pó foi a cafeína, presente em 93% das amostras, enquanto nas amostras de crack o adulterante mais frequente foi a fenacetina, presente em 92% das amostras. O carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio e amido foram os diluentes mais observados amostras de pó. Observou-se, através de analises estatísticas, semelhanças entre as amostras de acordo com o tipo (cloridrato e base livre) e diferenças significativas entre determinadas facções criminosas.