Valoração dos serviços ambientais da Floresta de Mata Atlântica associados à qualidade e quantidade da água na APA do Sana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Fernandes, Milton Marques lattes
Orientador(a): Ceddia, Marcos Bacis lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9101
Resumo: O estudo avaliou a relação entre cobertura do solo e qualidade e quantidade de água em microbacias hidrográficas de forma a valorar os serviços ecossistêmicos da Floresta de Mata Atlântica em duas microbacias (Palmital e Glória) localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Sana, município de Macaé (RJ). As microbacias possuem diferentes percentuais de cobertura com Floresta de Mata Atlântica e pastagem e a água é utilizada para abastecimento público sem nenhum tratamento físico ou químico. Foi realizado diagnóstico ambiental da área das microbacias e a qualidade de água foi monitorada com freqüência mensal durante um ano e, posteriormente, com medições diárias durante o mesmo período. A vazão e a precipitação das microbacias também foram medidas diariamente por um ano, através de vertedores instalados no exutório das microbacias. O volume de sedimentos foi medido localmente e a perda de solo estimada pela Equação Universal de Perdas de Solo (EUPS). A valoração dos serviços ambientais da Mata Atlântica na água envolveu a valoração pela disposição a pagar dos demandantes destes serviços. A valoração do custo de oportunidade dos fornecedores dos serviços ambientais (usuários de água) e a comparação dos serviços prestados pela Mata Atlântica na qualidade da água tiveram como base o custo de tratamento de água. O diagnóstico ambiental da microbacia Palmital revelou que sua maior área é coberta por florestas bem preservadas (61,58%). Ao comparar divergências entre o uso e cobertura recomendados e o atual, a pastagem foi o uso de maior incongruência na microbacia Gloria (44% das áreas de preservação permanente). O monitoramento mensal da qualidade de água não mostrou diferenciação entre as microbacias, bem como o comportamento hidrológico. A microbacia Palmital, com maior área coberta por Mata Atlântica (61,58 %), apresentou vazão superior a microbacia Glória, com maior área de pastagem (51,06% da microbacia). A quantidade de sólidos totais na água foi baixa nas duas microbacias e os valores médios estão dentro do permitido para água de Classe I (300 mg L-1). Na microbacia Palmital, a turbidez ficou abaixo do limite de potabilidade para Classe I (5 NTU), enquanto na microbacia Gloria, os valores foram superiores a esse limite em quatro meses. A produção de sedimentos medida de forma direta apresentou valores próximos aos de perda de solo estimada pela EUPS (10 t ha-1 ano- 1). A valoração ambiental com base no custo de tratamento da água revelou que a microbacia Palmital conseguiu manter boa qualidade de água, sem tratamento físico ou químico para o seu consumo; enquanto na microbacia Gloria, é necessário o tratamento. Nessa microbacia, o calculo do custo de reflorestamento das pastagens mais o custo de oportunidade dos fornecedores de serviços ambientais, considerando a disposição a pagar dos demandantes dos serviços ambientais, foi menor que o custo de tratamento de água. A valoração dos serviços ambientais na APA do Sana, por meio da contribuição dos usuários, permitiria a recuperação da faixa ciliar do Rio Sana em um tempo estimado de 2,2 anos.