Os impactos da reforma gerencial no trabalho dos docentes de três escolas da rede estadual de educação do Rio de Janeiro: a urgência do debate em defesa de um projeto contra-hegemônico
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13176 |
Resumo: | A presente pesquisa discorre sobre as políticas de mercantilização da educação pública, aprofundadas entre os anos 2007 e 2014 na rede estadual do Rio de Janeiro, durante o governo Sérgio Cabral, pautadas em metas e bonificação. No final do século XX, o modo de produção capitalista sofreu mudanças significativas, que promoveram um reordenamento na luta de classes, impulsionando a burguesia internacional à elaboração de estratégias para o enfrentamento dessa crise, que articulassem a reestruturação da esfera produtiva, o reordenamento do papel dos Estados nacionais e a difusão de um novo projeto burguês de sociabilidade nos países periféricos. Da recomposição burguesa decorrem profundas transformações pautadas num modelo gerencial na administração pública, através da inserção de metas, de avaliações externas e de bonificações, que vão alterar de modo significativo a regulação do trabalho no serviço público. Desta maneira, a partir da relação capital-trabalho-Estado, da qual derivam ações concretas para a formação humana e, por conseguinte, o modo como os interesses da classe dominante expressam-se objetivamente no processo de produção de políticas públicas; esta pesquisa tem por objetivo geral compreender de que modo a reforma gerencial impacta no trabalho dos docentes de três escolas dessa rede. Para tanto, possui os seguintes objetivos específicos: investigar as determinações e as contradições presentes na fala dos professores acerca da bonificação, compreender as razões que os levam a cumprir ou descumprir as determinações da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) e explicitar de que modo essa política se concretiza no cotidiano escolar. Nessas condições, a investigação desses impactos se deu através de uma pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico e documental, além da aplicação de questionários semiestruturados aos professores regentes de turma nas três escolas da rede estadual do Rio de Janeiro participantes, cujos dados obtidos foram analisados a partir do método de análise de conteúdo. Conforme a análise dos dados, verificamos que a maioria dos docentes não possui muitas informações acerca das políticas implementadas pela SEEDUC-RJ, ou ainda, a pouca informação que possuem está referenciada no discurso hegemônico. No estudo comparativo entre os docentes participantes do CE Erich Walter Heine e os docentes participantes do CIEP 183 João Vitta e do CIEP Aldebarã, embora o primeiro colégio possua melhores condições que os demais, que possam interferir na opinião dos professores acerca dessa lógica empresarial que vem se aprofundando na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, não observamos diferenças significativas na opinião desses docentes em termos de contentamento com a política adotada pela SEEDUC-RJ. Concluímos que através da difusão do senso comum, esse projeto de educação pautado numa lógica empresarial vem educando os professores para a sujeição a uma gestão centralizadora, regida por ações padronizadas, pelo controle e pela vigilância, nos marcos dos objetivos estabelecidos pela SEEDUC-RJ, mantendo-os restritos a condição de cumpridores de tarefas, sem possibilidade de debates, promovendo, assim a conformação ético moral dos docentes desta rede a esta ordem. |