Tribalismo político: o problema da solução utilitarista para a fundamentação biológica da moral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Iago Pereira da lattes
Orientador(a): Silva, Walter Valdevino Oliveira lattes
Banca de defesa: Silva, Walter Valdevino Oliveira lattes, Araujo, Marcelo de lattes, Gaboardi, Ediovani Antonio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19979
Resumo: Ninguém negaria que o diálogo entre a filosofia e a ciência é um dos empreendimentos que foi visto ao longo da história das duas áreas. É este tipo de empreitada que se pretendeu neste trabalho. Primeiramente, buscou-se examinar as dificuldades da filosofia utilitarista do filósofo norte-americano Joshua Greene, defendida em sua obra Tribos Morais. Greene, valendo-se tanto das ciências biológicas, quanto das ciências psicológicas, mostra os diferentes vieses psicológicos que foram imputados nos seres humanos através dos processos evolutivos, como o fato de sermos tribalistas (damos preferência a quem é do nosso grupo, em detrimento de quem não é) e de que as nossas intuições têm, frequentemente, primazia em relação a uma outra forma de pensar, que foi apontada, ao longo da história da filosofia, como oriunda da razão humana, que é o nosso raciocínio deliberativo. A partir disso, ele traz uma solução utilitarista. Aqui foi adotada a mesma estratégia, mas o que se concluiu foi diferente: a solução de Greene não pareceu ser suficiente para lidar com a base biológica humana. Nos três primeiros capítulos, levantou-se parcialmente diversos aspectos daquilo que poderíamos chamar de “natureza humana”. Primeiramente, buscou-se mostrar a semelhança dos humanos com os outros animais através daquilo que é entendido como “altruísmo”, fazendo-se um paralelo com o que chamamos de “moralidade”. No segundo capítulo, apontou-se que é possível rastrear, na mente e no cérebro humanos, alguns dos mecanismos responsáveis pelo nosso raciocínio moral, o que mostra que a moralidade não está para além de nós (ou seja, que não a recebemos através de uma divindade), mas que, na verdade, ela é fruto da nossa biologia em contato com a cultura. No terceiro capítulo, mostrou-se diversos vieses cognitivos humanos: somos tendenciosos quando se trata de justiça; idolatramos os nossos símbolos ideológicos em detrimento dos próprios valores morais dessa mesma ideologia; a educação científica não soluciona o problema do tribalismo, e os diferentes grupos políticos enxergam os seus valores como realmente diferentes, não como uma mera questão de preferência. No quarto capítulo e na conclusão, mostrou-se como a filosofia de Greene, que se apoia na “felicidade” como um meta-valor que daria conta dos problemas grupais, não careceria de fundamentação para lidar com a nossa base biológica construída pelos processos evolutivos.