Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Carolina Passos da
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Orientador(a): |
Braz Filho, Raimundo
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Banca de defesa: |
Godoy, Ronoel Luiz de Oliveira,
Santiago, Manuela Cristina Pessanha de Araújo,
Bizzo, Humberto Ribeiro,
Oliveira, Márcia Cristina Campos de,
Suzart, Luciano Ramos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Química
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Departamento: |
Instituto de Ciências Exatas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10233
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Resumo: |
O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, porém necessita valorizar e promover o conhecimento desta biodiversidade. A espécie Myrcia multiflora (Lam) DC., conhecida como “pedra-ume-caá” (fruto roxo), é uma espécie nativa que pertence à família Myrtaceae. A espécie Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl., conhecida como cafeeiro do mato (fruto azul), é uma espécie nativa que pertence à família Rubiaceae. A coloração característica dos frutos (roxo e azul, respectivamente) de ambas as espécies chama a atenção pelo seu potencial de uso como corante natural. A sazonalidade em que ocorre a frutificação tem gerado dificuldade na caracterização fitoquímica dos frutos de espécies vegetais. Diante deste contexto, as duas espécies permanecem sem investigação dos metabólitos especiais (secundários) produzidos nos frutos. Assim, estabeleceu-se como objetivo deste trabalho realizar o primeiro estudo fitoquímico dos frutos de M. multiflora e P. leiocarpa. A quantificação de antocianinas, carotenoides e ácidos fenólicos presentes nos frutos de M. multiflora foi realizada por CLAE-DAD e a capacidade antioxidante foi avaliada por métodos de captura de radicais livres (DPPH e ABTS). Flavonóis presentes nos frutos desta espécie foram isolados por cromatografia flash, utilizando um sistema de isolamento cromatográfico acelerado em cartucho de fase reversa. As substâncias do extrato de P. leiocarpa foram isoladas por CLAE em coluna analítica de fase reversa, acoplada à válvula seletora de canais e cromatografia clássica em coluna de fase normal. As substâncias isoladas de ambas as espécies tiveram suas estruturas determinadas através da interpretação dos dados espectrais fornecidos por UV-Vis, RMN 1D e 2D e EM envolvendo comparação com dados existentes na literatura. Foi realizada a comparação do perfil cromatográfico de outras espécies do gênero Psychotria (P. suterella e P. nuda) com o extrato de P. leiocarpa, objetivando a identificação de antocianinas. Foram identificadas vinte e três substâncias nos frutos de M. multiflora, dentre elas, carotenoides, flavonoides e ácidos fenólicos, sendo que dezenove destas substâncias foram quantificadas. O perfil e concentração das substâncias foi similar ao de outras espécies da família Myrtaceae. Os frutos de M. multiflora apresentaram a terceira maior atividade antioxidante quando comparado com dezoito frutos nativos. O conhecimento fitoquímico e a alta capacidade antioxidante observada para os frutos somados sua coloração roxa intensa tornam esta espécie um candidato para uso como corante alimentício natural com potencial de melhorar a funcionalidade do alimento. Oito substâncias foram isoladas dos frutos de P. leiocarpa, caracterizando-se antocianinas, ácido fenólico e esteroides. As antocianinas aciladas foram caracterizadas estruturalmente como Delfinidina-3-O-(6-O-(E)-feruloil-β-gentiobiosil)-7-O-(6-O-(E)-feruloil-β-glicopiranosil), Petunidina-3-O-(6-O-(E)-feruloil-β-gentiobiosil)-7-O-(6-O-(E)-feruloil-β-glicopiranosil) e Malvidina-3-O-(6-O-(E)-feruloil-β-gentiobiosil)-7-O-(6-O-(E)-feruloil-β-glicopiranosil), sendo elas inéditas na literatura. Identificou-se antocianinas aciladas em frutos com coloração azulada de P. suterella e P. nuda, indicando a possibilidade de existência destas substâncias em outras espécies do gênero. Os resultados obtidos com este trabalho contribuem para o conhecimento fitoquímico de dois frutos de espécies nativas, envolvendo a caracterização de substâncias inéditas e identificação de substâncias bioativas, promovendo a valorização dos frutos da biodiversidade brasileira. |