Quantificação das emissões de N2O resultantes de fertilizante, fixação de N2 e resíduos de colheita em Argissolo Vermelho-Amarelo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira, Willian Roberson Duarte de lattes
Orientador(a): Alves, Bruno José Rodrigues lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10535
Resumo: O óxido nitroso (N2O) é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, e os solos são a principal fonte desse gás para a atmosfera. A disponibilidade de N inorgânico no solo é fator principal que influencia suas emissões. Assim, os sistemas de plantio que utilizam fertilizantes nitrogenados, e a decomposição de resíduos vegetais podem favorecer as emissões deste gás, agravando o efeito estufa. Em condições de clima temperado, muito estudos já foram feitos a respeito do efeito do aumento do N disponível do solo sobre as emissões de N2O, porém pouco se sabe em relação ao que ocorre em clima tropical. O objetivo deste trabalho foi quantificar as emissões de N2O em diferentes situações, em função de diferentes doses de N fertilizante aplicadas à cultura de milho, a partir da fixação biológica de nitrogênio em soja e em função da adição ao solo de diferentes resíduo s de colheita. O estudo foi realizado na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica-RJ, em Argissolo Vermelho Amarelo. As culturas do milho e soja foram cultivadas no período de dezembro de 2007 a abril de 2008, sob sistema de plantio convencional. Após a colheita, foram utilizados os resíduos dessas culturas para a avaliação das emissões do solo com os resíduos, no período de maio a agosto de 2008. O delineamento experimental para todas as situações foi o de blocos casualizados. Na cultura do milho, os tratamentos corresponderam às doses de uréia de 0, 50, 100 e 150 kg ha-1 de N, aplicadas em cobertura. As duas maiores doses foram divididas em duas coberturas, meio a meio. Na cultura da soja, foi utilizada uma testemunha de milho não fertilizada com N. Nos resíduos, os tratamentos consistiram de resíduos de milho, de soja e uma testemunha mantida em solo nu. A emissão de N2O foi avaliada utilizando-se câmaras estáticas fechadas. Os maiores fluxos de N2O no milho foram observados após as fertilizações com N. A maior emissão de N2O, 1,055 kg N ha-1, foi obtida no tratamento com a dose de N de 150 kg ha-1, enquanto que nos tratamentos com 0, 50 e 100 kg N ha-1 as emissões acumuladas foram de 0,509, 0,529 e 0,850 kg N-N2O ha-1. Já na soja, os fluxos foram de 0,633 kg N ha-1, enquanto no milho testemunha, obteve-se 0,509 kg N ha-1. Nos resíduos, as maiores emissões de N2O foram obtidas em soja, com 0,813 kg N ha-1, enquanto que os resíduos de milho e solo nu obtiveram, respectivamente, emissões de 0,55 e 0,324 kg N ha-1. Considerando-se que 40% do N foram perdidos do sistema, e que a aplicação de fertilizantes é uma variável quantitativa, calculou-se o fator de emissão direta de N2O do N fertilizante de 0,52%. Os fatores de emissão para os resíduos de soja e milho foram semelhantes entre si, com valores de 0,44 e 0,42%, respectivamente. A emissão de N2O em cultivo convencional de milho aumentou com a aplicação de fertilizante nitrogenado, enquanto as emissões provenientes da fixação biológica de N2 não foram detectadas. A qualidade do resíduo influenciou nas emissões de N2O, sendo as maiores, do solo com resíduo de menor relação C:N. Os fatores de emissão foram inferiores ao valor médio (1%) proposto pelo IPCC, porém, ainda se encontram dentro da faixa de incerteza desse número (0,3 a 3%).