Potencial analgésico, anti-edematogênico, antipirético e atividade ulcerogênica de fármacos anti-inflamatórios, em roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Pires, Priscila Andrade lattes
Orientador(a): Vanderlinde, Frederico Argollo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14158
Resumo: Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são drogas amplamente usadas na medicina veterinária, tendo ação analgésica, anti-inflamatória, incluindo a redução do edema e antipirética. Agem inibindo a enzima cicloxigenase (COX), não havendo a formação de prostanóides, e os efeitos colaterais promovidos pelos AINES tornam limitante o seu uso. Há duas isoformas de COX: a COX-I, constitutivamente nos tecidos e responsável pelas funções fisiológicas; e a COX-II, induzida após estímulos inflamatórios, álgicos e térmicos. Dessa forma, entendeu-se que o uso de AINES seletivos para a COX-II, diminuiria os efeitos adversos desses fármacos, uma vez que garantiria as funções homeostáticas da COX-I. Atualmente, sabe-se que a COX-II também está presente constitutivamente em alguns tecidos como o sistema nervoso central e rim. Dessa forma, todos os AINEs podem causar efeitos adversos em maior ou menor intensidade, e o grau de seletividade de cada fármaco será determinante na ocorrência de reações indesejáveis. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial analgésico, anti-edematogênico e antipirético dos principais AINES utilizados em medicina veterinária, os COX não seletivos flunixim meglumine (FM) e cetoprofeno (CT); os COX-II preferenciais meloxicam (MX) e carprofeno (CP) e o COX-II seletivo firocoxibe (FC) após a administração oral, bem como a atividade ulcerogênica sobre a mucosa gástrica, tendo-se assim uma avaliação comparativa tanto de seu efeito antinociceptivo e/ou antiinflamatório, como de reações indesejáveis; subsidiando o médico veterinário clínico, no estabelecimento da relação custo/benefício desses fármacos. No teste do edema de orelha induzido pelo óleo de cróton em camundongos, o CT (ID50 = 3,6 mg/kg) foi à droga mais potente, seguido do CP e FM (ID50 = 12,3 e 17,8 mg/kg, respectivamente). O MX e FC, apesar de efetivos, mostraram baixa atividade não produzindo efeito suficiente com a dose máxima de 30mg/kg, para a determinação da ID50. Na febre induzida pelo LPS em ratos, o FC produziu atividade antipirética com ID50 = 2,9 mg/kg, acompanhado do CT, CP e FM (ID50 = 3,3; 3,6 e 4 mg/kg, respectivamente) e com maiores doses do MX (ID50 = 17,8 mg/kg). Avaliando o potencial analgésico pelo método das contorções abdominais com ácido acético em camundongos, o MX foi o mais potente (ID50 = 0,09 mg/kg), seguido do FM, FC, CP e CT (ID50 = 0,4; 1,9; 2,3 e 3,6 mg/kg, respectivamente) e, utilizando estas ID50 na avaliação da atividade ulcerogênica em camundongos, o FC, FM e MX não produziram efeitos gástricos significativos no 3º ou no 7º dia dos tratamentos. O CT e o CP promoveram ulcerações no 3ª dia, sendo o CT de forma mais intensa; não se observando alterações gástricas no 7º dia, podendo esse efeito estar relacionado ao desenvolvimento de tolerância aos danos causados por essa classe de drogas na mucosa. Esses resultados revelam que a atividade analgésica da quase totalidade desses fármacos independe da atividade antiedematogênica e antipirética, tendo o CT revelado ID50 semelhantes em todos os testes farmacológicos. A atividade ulcerogênica gástrica evidenciada, teve relação inversa com a atividade analgésica de todos esses fármacos.