Modulação da microbiota colônica e sanidade de latentes: Fatores prebióticos de leite e de virulênica de microrganismos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Oliveira, Geraldo dos Santos lattes
Orientador(a): Luchese, Rosa Helena lattes
Banca de defesa: Oliveira, Rozely Zancopé, Franco, Robson Maia, Campos, Sérgio Gaspar, Oliveira, Angela de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9278
Resumo: A microbiota do intestino desempenha papel importante na saúde humana propiciando barreira à colonização de patógenos (exclusão competitiva), por exercer funções metabólicas importantes, e por estimular o sistema imune. Bifidobacterium e Lactobacillus são os dois gêneros mais importantes para a manutenção da saúde. A microbiota intestinal poderá ser qualitativa e quantitativamente alterada pelo tipo de alimento ingerido, chamada modulação nutricional, e pelo uso de anti-inflamatórios, laxantes e antimicrobianos. O objetivo do trabalho foi avaliar a composição e evolução da microbiota intestinal de crianças recém nascidas e relacionar ao tipo de amamentação, de parto, com a presença de Bifidobacterium spp., Lactobacillus spp., Clostridium spp., Escherichia coli e fungos, além da determinação de aeróbios e anaeróbios totais. Foi avaliada a influencia da alimentação e do tipo de parto em 68 neonatos com idade entre sete e 21 dias. Verificou-se influência do tipo de parto nas contagens de lactobacilos, que foram maiores naqueles nascidos de parto normal. Contagens de lactobacilos em lactentes alimentados com leite em pó modificado (LPM) e leite do peito (LM) e nascidos de parto normal foram significativamente superiores (p<0,05) aquelas dos nascidos de parto cesariano, sugerindo uma possibilidade de transferência da microbiota da mãe para a criança. As contagens de lactobacilos estiveram abaixo do nível de detecção do método (1x102 UFC/g) em 44% dos indivíduos alimentados com leite do banco de leite humano (BLH) e nascidas de parto normal e em 81% daquelas nascidas de parto cesáreo. Leveduras foram encontradas em todas as amostras, independentemente do tipo de parto ou aleitamento em números que variaram de 1x105 a 1x1011. Candida albicans (30%) e C. parapsilosis (28%) predominaram em ambos os tipos de parto independemente do tipo de aleitamento com excessão da microbiota de lactentes que receberam LPM nascidos de parto normal, quando predominou a levedura do gênero Trichosporon sp. Não foi observada influencia significativa do tipo de parto, nas contagens da microbiota anaeróbica. Outro objetivo do trabalho foi detectar a presença e identificar a microbiota fúngica de leite humano e de sítios anatômicos em mulheres e lactentes. A virulência das linhagens de levedura encontradas foi avaliada através de testes de determinação da atividade proteolítica. De 64 amostras avaliadas, 81% foram positivas para a presença de fungos, com prevalência de Candida albicans (73%) seguida de Candida parapsilosis (15,4%). Perfis semelhantes aos verificados no total de amostras foram encontrados no leite, nas mamas e na cavidade oral, concluindo-se que existe a possibilidade da transferência da infecção cutânea da mãe para o lactante com o leite ingerido. A virulência das espécies de Candida isoladas, foi determinada pelo teste de produção de proteases sendo que 100% foram fortemente positivas, indicando alto grau de infectividade. Posteriormente, investigou-se a presença de genes de virulência de E. coli enteropatogenica (EPEC) e enteroagregativa (EAEC) em 39 isolados de amostras fecais e de swabs retais dos recém nascidos através das técnicas de polimerase chain reaction (PCR) multiplex e pulsed field gel eletrophoresis (PFGE). Os alvos selecionados para EPEC foram os genes que codificam a adesina intimina (eae), fator de aderência (plasmídeo EAF) e fímbria “bundle forming pillus” (bpf). Os genes alvo para EAEC foram o plasmídeo de aderência agregativa (pAA) e regulon (AggR). Foram identificados dois alvos de virulência para EAEC em uma das amostras (2,6%) de neonatos alimentados com leite em pó modificado preparado em lactário. Conclui-se que além do tipo de parto e aleitamento um outro determinante importante da colonização do intestino de lactentes sejam as condições higiênicas no preparo da alimentação e nos cuidados com o neonato devendo ser tomadas medidas corretivas relacionadas às condições de manipulação dos leites destinados as crianças, além de priorizar a alimentação com leite do peito especialmente nos primeiros dias de vida quando ocorre a secreção do colostro rico em anticorpos e fagócitos.