Por uma história cultural das cartas: o saber-fazer epistolar como bem cultural determinante na construção da sociedade fluminense oitocentista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fontes, Simone Aparecida
Orientador(a): Caldas, Marcos José de Araújo
Banca de defesa: Pereira, Raquel Alvitos, Cerdera, Fábio, Saladino, Alejandra
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14359
Resumo: Desde tempos remotos, escrever cartas era o principal meio para aproximar os ausentes, expandir a memória, socializar a informação e superar o limite entre tempo e espaço. Mas se no século XIX a arte de escrever cartas alcançou um desenvolvimento sem precedentes, após o advento da internet, a comunicação por cartas entrou em declínio. No curso do debate sobre se o ato de escrever cartas estaria em processo de extinção ou de ressignificação em novos códigos e regras cibernéticos, destacamos a importância de uma reflexão crítica sobre a escrita de cartas não apenas como fonte, mas também como objeto, especialmente em uma sociedade, pautada na instantaneidade da informação. Para além dos testemunhos escritos, que privilegiam apenas a trajetória de ilustres missivistas e seus memoráveis feitos históricos, buscamos uma visão mais integrada de cultura, compreendendo que os objetos não estão à parte da vida social, que o documento tem uma história e que as marcas, vestígios e resíduos deixados na matéria são registros de processos sociais que se concretizam em papel e tinta. Desse modo, propomos uma história cultural da arte de escrever cartas, por meio de narrativas interdisciplinares que privilegiem a relação entre a historicidade dos objetos e a materialidade social dos documentos. Mais do que um lugar de memória, a prática epistolar implica, portanto, na salvaguarda do saber-fazer epistolar como um bem cultural determinante na construção da sociedade fluminense oitocentista, cuja herança produz efeitos até hoje.