Efeito do uso de adesivos à base de lignosulfonato calcítico e tanino na produção de painéis de partículas de média densidade (mdp)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Hudson Mota Lima lattes
Orientador(a): Lelis, Roberto Carlos Costa lattes
Banca de defesa: Lelis, Roberto Carlos Costa lattes, Souza, Natalia Dias de lattes, Martinez Lopez, Yonny lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19978
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades de painéis MDP (Medium Density Particleboard) fabricados com materiais alternativos aos utilizados na indústria comercialmente. Foram utilizados como partículas o bagaço da cana-de-açúcar e a madeira de Eucalyptus sp., bem como os adesivos à base de lignosulfonato e de tanino. Primeiramente, foram desenvolvidos os adesivos utilizados para confecção dos painéis, a saber: Tanino-Formaldeído e a mistura Tanino + Lignosulfonato na proporção de 80:20 respectivamente, ambos com teor de sólidos de 50%. Os adesivos foram avaliados quanto ao pH, tempo de formação de gel, viscosidade e densidade. Os painéis foram produzidos com dimensões de 30x30x1,27 cm utilizando uma pressão de 5 MPa e sob 160 oC. Foram realizados 8 tratamentos, sendo dois tipos de adesivos (100% tanino e mistura de tanino-lignosulfonato na razão de 80:20) e 4 composições de partículas (100% madeira e mistura de madeira/bagaço de cana nas proporções de 90:10; 80:20 e 70:30). Após a fabricação, os painéis foram avaliados quanto às suas propriedades físicas e mecânicas. Nos ensaios físicos, os painéis foram testados quanto à absorção de água e inchamento de espessura, teor de umidade, densidade gravimétrica e densidade por raio X. Nos ensaios mecânicos, os painéis foram testados quanto ao módulo de elasticidade e ruptura e a tração perpendicular (ligação interna). Para a análise estatística, foi utilizado o software R, para desambiguação, o teste de Scott Knott foi utilizado quando necessário (p < 0,05). Quanto às propriedades dos adesivos, foram obtidos resultados relevantes somente na viscosidade, onde o adesivo à base de tanino puro se mostrou com valores maiores (603,78 cP) em relação ao adesivo com misturas de tanino-lignosulfonato (80:20), com valores médios de 487,13 cP. Na densidade, todos tratamentos obtiveram médias semelhantes, exceto o tratamento T8, que foi o único que divergiu em média, tendo um valor de 506,87 g/cm3. Para o inchamento em espessura, as médias variaram de 24,15% a 35,57%, sendo os tratamentos que utilizaram lignosulfonato na composição do adesivo os de maiores médias. O mesmo efeito foi percebido no teste de absorção de água, os painéis com lignosulfonato como componente adesivo foram os que tiveram médias maiores, sendo o T8 com média de 101,06%, o de maior média e o T7 com a menor média de 78,65%. Avaliando os testes mecânicos, o teste de tração perpendicular obteve um resultado diferenciado para um dos tratamentos, sendo o T1 o único que se destacou de forma positiva dos demais, obtendo a melhor média e sendo o único que, estatisticamente, se diferenciou dos outros. Já na flexão estática temos duas análises realizadas, o módulo de ruptura, que não obteve diferenças significativas entre as médias, porém tendo os tratamentos T3, T6 e T7 como maiores médias e o módulo de elasticidade que obteve diferenças significativas entre T1 e T2, tendo as maiores médias, T3,T4 e T5, tendo médias de 832,64 MPa até 913,54 MPa e, por fim, T7, T6 e T8, que obtiveram as menores médias, sendo T8 a menor, com 680,57 MPa, e praticamente a metade da média de T1, que foi a maior média. Pode-se concluir que os painéis com adesivos utilizando lignosulfonato como componente obtiveram resultados inferiores quando comparados com os de tanino puro, principalmente no que diz respeito a testes com umidade e o teste de tração perpendicular, já no que diz respeito às partículas, há uma gradual perda de resistência quanto mais se substitui a madeira pelo bagaço de cana, o que mostra que é possível ser utilizado, porém somente para usos que não requerem maior resistência. Palavras-chave: Chapas de partículas, Painéis, Colagem, Resíduo lignocelulósico.