Baía de Sepetiba: avaliação espaço-temporal da ictiofauna e suas relações ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gonçalves, Rafaela de Sousa Gomes lattes
Orientador(a): Araújo, Francisco Gerson
Banca de defesa: Camara, Ellen Martins, Rodrigues, Fabio Lameiro, Albrecht, Mírian Pilz, Pessanha, André Luiz Machado, Franco, Taynara Pontes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9217
Resumo: Os ambientes estuarinos de águas rasas apresentam muitos habitats que favorecem a colonização e o uso por diferentes espécies de peixes. Esses ecossistemas costeiros estão sendo cada vez mais influenciados por impactos decorrentes dos avanços industriais e urbanos ao seu entorno, resultando numa crescente perda de biodiversidade, podendo ser acompanhada pela perda de importantes funções ecológicas. Investigar os padrões e os processos que atuam na biodiversidade é essencial para obter uma visão mais dinâmica e dos papéis das comunidades nos ecossistemas, e para isto, estudos de curto e longo prazo são fundamentais. Estudos abordando não só a estrutura taxonômica, como também uma abordagem mais integrada, são importantes para compreender a dinâmica e papéis dos grupos funcionais no espaço e no tempo. O presente estudo, dividido em dois capítulos, visa compreender a dinâmica espaço-temporal da ictiofauna de áreas rasas em uma baia tropical em crescente processo de alteração ambiental, explorando aspectos taxonômicos e funcionais. No capítulo 1, buscamos descrever a relação entre a diversidade beta e a heterogeneidade ambiental, a fim de testar a hipótese de que a heterogeneidade ambiental influencia a biodiversidade. Foi detectada uma fraca relação positiva entre a heterogeneidade ambiental e a diversidade beta, sugerindo que ambientes mais heterogêneos tendem a apresentar maiores variações na composição biológica. No capítulo 2, avaliamos as alterações temporais (1983-1985, 1999-2001 e 2017-2019) nos índices taxonômicos e funcionais. Estudos anteriores relataram um declínio na riqueza de peixes nas zonas rasas da Baía de Sepetiba, mas a investigação de que forma os grupos funcionais estão sendo afetados, ainda não foi investigada. Testamos a hipótese de que os índices de diversidade funcional também mudaram ao longo do tempo, como resultado das alterações ambientais sofridas nas últimas décadas. Observamos uma diminuição substancial na riqueza de espécies e abundância nos períodos mais recentes, em comparação com 1983-1985. Entretanto, a estrutura funcional permaneceu relativamente estável, com exceção da riqueza funcional, que apresentou uma queda significativa, indicando impacto na quantidade de espaço funcional ocupado pela comunidade local, de forma que alguns dos recursos potencialmente disponíveis para a comunidade deixaram de ser utilizados. A estabilidade observada nos descritores funcionais pode ser explicada porque ambientes estuarinos tendem a apresentar elevada redundância funcional devido às restrições impostas pelo marcado gradiente ambiental, o que podem resultar na convergência de traços funcionais entre espécies, garantindo que, apesar das perdas na riqueza e abundância de espécies, as principais funções podem ser mantidas. As informações obtidas no presente estudo confirmam que uso de índices funcionais é essencial para complementar as avaliações taxonômicas, dando uma visão detalhada da dimensão da perda de biodiversidade em ambientes impactados.