Práticas clínicas e o cuidado possível num Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil: perspectivas de uma equipe interdisciplinar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Aracelly Castelo Branco de lattes
Orientador(a): Miranda, Lilian lattes
Banca de defesa: Silva, Luna Rodrigues Freitas, Matta, Gustavo Correa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14457
Resumo: Os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) são as principais instituições públicas de saúde a oferecer atenção diária a crianças e adolescentes que demandam cuidados em saúde mental. Apresentam-se como um serviço substitutivo ao modelo manicomial, com a proposta de atuação em redes intersetoriais de atenção. Ainda são incipientes os estudos que discutem seu modo de funcionamento e eficácia clínica. O objetivo deste trabalho foi compreender quais os pressupostos teóricos e político-ideológicos, saberes, ferramentas e crenças envolvidos nas práticas de cuidado utilizadas no tratamento de crianças e adolescentes assistidas em um CAPSi. Através do método qualitativo, foram realizadas entrevistas, observação participante e pesquisa documental, ao longo de três meses, em um CAPSi do município de Paracambi/RJ. A interpretação do material empírico foi feita através da análise temática, permitindo a categorização e discussão de aspectos envolvendo a relação do serviço com o contexto político e a rede de saúde, bem como a organização da assistência e as estratégias de apoio ao cuidado. Observou-se que as propostas clínicas pautam-se na preocupação em dirigir o cuidado a partir das demandas dos pacientes, através de projetos terapêuticos que devem ser viabilizados coletivamente pela equipe. A supervisão clínico-institucional se mostra como importante sustentação da prática cotidiana e mediação para as relações interprofissionais. Um dos principais desafios do serviço é lidar com a sensação de que precisa responder, sozinho, a todas as demandas que envolvem sofrimento psíquico de seu público. A escassez de serviços na rede e as pressões políticas são problemas que convivem com a dificuldade cotidiana de lidar com o sofrimento psíquico das crianças e seus familiares. A despeito disso, os profissionais e o supervisor apostam nas possibilidades de construção constante de um trabalho criativo e sensível às questões psicossociais dos pacientes.