Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Moura, Rafael Conceição de
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Orientador(a): |
Pires, Alexandra |
Banca de defesa: |
Bergallo, Helena de Godoy,
Queiroz, Jarbas Marçal de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
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Departamento: |
Instituto de Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11380
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Resumo: |
Espécies exóticas são aquelas encontradas fora de seu local de origem ou ambiente natural como resultado da introdução intencional ou acidental causada pelo homem. Espécies exóticas invasoras são aquelas que no novo ambiente se adaptam e passam a reproduzir-se a ponto de ocupar o espaço de espécies nativas, alterando os processos ecológicos, tendendo a tornar-se dominantes após longo ou curto período de adaptação, podendo ainda ameaçar e impactar a diversidade local. A jaqueira Artocarpus heterophyllus Lam. pertencente à família Moraceae, é nativa das florestas tropicais da Malásia e da costa oeste da Índia, sendo invasora na Mata Atlântica. Os frutos de A. heterophyllus são infrutescências que chegam a ter mais de 35 kg e uma jaqueira adulta pode produzir mais de 100 frutos por ano, sendo que cada fruto pode ter mais de 500 sementes. Tanto a polpa quanto as sementes são altamente nutritivas, sendo os frutos consumidos por alguns animais da fauna nativa do Brasil. A importância desses animais nos processos de dispersão e predação de sementes da jaqueira, no entanto, ainda não este completamente esclarecido. Este estudo foi realizado no Parque Nacional da Tijuca (PNT, WGS84 22° 55’ - 22° 00’ S, 43° 11’ - 43° 19’ W) que possui 3.972 ha e cuja vegetação é classificada como Floresta Ombrófila Densa. O objetivo deste trabalho foi descrever quais interações e processos ecológicos estão ocorrendo entre a jaqueira (A. heterophyllus) e a fauna local, identificando as espécies envolvidas na predação e dispersão das sementes e entender a contribuição da cutia Dasyprocta leporina recentemente reintroduzida em algumas áreas do PNT neste processo. A dissertação foi estruturada em dois capítulos. O primeiro registrou através de armadilhas fotográficas os vertebrados que se alimentam de frutos de A. heterophyllus no PNT, identificando as partes consumidas por cada espécie. Foram obtidos 71 registros independentes de interações entre a fauna e os frutos da jaqueira, sendo a cutia a espécie com o maior número de registros (n= 27). Das 10 espécies observadas, cinco consumiram exclusivamente a polpa dos frutos (o mico-estrela Callithrix jacchus, a saracura Aramides sp., o ouriço-caixeiro Sphigurus villosus, o cachorro-do-mato Cerdocyon thous e o macaco-prego Sapajus nigritus – os dois últimos atuando como despolpadores de sementes), quatro consumiram a polpa e predaram as sementes (D. leporina, a paca Cuniculus paca, o gambá Didelphis aurita e o quati Nasua nasua) e uma predou apenas as sementes ( o rato preto Rattus rattus). O segundo capítulo comparou as taxas de predação de sementes em áreas com e sem cutias. Na área com a presença de cutias a proporção de sementes predadas por vertebrados foi significativamente maior (U = 299,000; p = 0,002), enquanto que na área sem a presença de cutias não houve diferença na proporção de sementes predadas por vertebrados (U = 202,500; p = 0,939). Esse resultado sugere que a cutia pode auxiliar no controle das jaqueiras no PNT, reduzindo o número de sementes disponíveis para germinação. |