Intoxicação por substâncias químicas e minerais em ruminantes no Brasil: diagnóstico epidemiológico, clínico e anatomopatológico, com ênfase na profilaxia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Correia lattes
Orientador(a): Brito, Marilene de Farias lattes
Banca de defesa: Brito, Marilene de Farias, Barbosa Junior, José Diomedes, Ubiali, Daniel Guimarâes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14071
Resumo: As maiores perdas econômicas que impactam e limitam a sanidade dos animais de produção no Brasil residem na ocorrência de enfermidades causadas por plantas tóxicas, deficiências minerais, desnutrição, raiva, botulismo e doenças parasitárias, porém, intoxicações por outras causas também levam muitos animais à morte, e contribuem para aumentar esses prejuízos. Existem inúmeras substâncias químicas, utilizadas como pesticidas, herbicidas, inseticidas e inúmeros medicamentos, que podem causar danos à saúde dos ruminantes ou morte de um ou de vários animais dentro do rebanho. Este estudo inclui uma revisão de literatura sobre as intoxicações por substâncias químicas e por minerais que foram relatadas em animais de produção no Brasil. Também foi realizado um estudo retrospectivo dos casos e surtos de intoxicações acidentais e experimentais por substâncias químicas e minerais diagnosticadas no Setor de Anatomia Patológica (SAP) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A pesquisa foi realizada nas dependências do SAP/UFRRJ. As amostras foram obtidas de materiais recebidos no SAP e de animais necropsiados com suspeita de intoxicação acidental e dos surtos, e de casos experimentais por substâncias químicas e por minerais entre os anos de 1953 a 2017, provenientes do Estado do Rio de Janeiro e de outras regiões do Brasil. Os diversos fragmentos de órgãos coletados ou recebidos foram fixados em formalina a 10% foram cortados com auxílio de um micrótomo em cortes de 5μm de espessura e corados pela técnica de Hematoxilina-Eosina (HE) e por colorações especiais (Tricrômico de masson, ácido rubeânico e Ziehl-Neelsen). As substâncias químicas e minerais estudadas incluíram abamectina, organofosforados, derivados cumarínicos, chumbo, arsênico, antibióticos ionóforos, ureia, cloreto de sódio e cobre. O diagnóstico de intoxicação por substâncias químicas e minerais no presente levantamento foi baseado na epidemiologia, achados clínicos, anatomopatológicos, e em alguns casos por exames toxicológicos. Durante o período correspondente a 64 anos (1953-2017) foram diagnosticados no SAP/UFRRJ, 19 surtos e 25 casos isolados de intoxicação por substâncias químicas e minerais em ruminantes; essas intoxicações culminaram na morte de 390 ruminantes. A espécie mais acometida foi a bovina (327-83,9%), seguida pela ovina (30-7,7%), bubalina (20-5,1%) e caprina (13-3,3%). Os surtos de intoxicação por cobre foram os responsáveis pelo maior número de morte de ruminantes. Diante dos resultados, esse estudo chama atenção para os métodos de controle e profilaxia e conclui-se que é necessária a conscientização dos produtores rurais quanto à correta utilização de substâncias químicas e minerais, o que reduziria os custos de produção e a perda dos animais de forma isolada ou em surtos, já que a maioria das intoxicações não apresenta tratamento, o prognóstico em geral é reservado a desfavorável e a maioria dos animais intoxicados morre.