Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Guedes, Ana Paula Penha
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Orientador(a): |
Araújo, Francisco Gerson
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Banca de defesa: |
Soares, Lucy Satiko Hashimoto,
Hahn, Norma Segatti,
Vianna , Marcelo,
Pessanha, André Luiz Machado |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9161
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi descrever os hábitos alimentares e a organização trófica da comunidade de peixes da Baía de Sepetiba, com base na dieta das 24 espécies de peixes mais abundantes, capturadas em arrastos de fundo trimestrais entre 2000 e 2001. Foi definida a organização da ictiofauna em termos de guildas tróficas e suas variações espaciais, temporais e ontogenéticas, bem como descritos os aspectos comportamentais (estratégia trófica, partição do nicho trófico e atividade alimentar) e a organização das teias tróficas, visando testar a hipótese de que os componentes da ictiofauna desenvolvem uma possível segregação trófica como estratégia de coexistência neste sistema. Os peixes foram medidos (mm), pesados (g) e dissecados em laboratório para a retirada do estômago. Os conteúdos estomacais foram analisados sob microscópio estereoscópio e/ou óptico, e os itens alimentares identificados ao nível taxonômico mais inferior possível. Quatro guildas tróficas e duas espécies com alimentação diferenciada foram descritas para as espécies de peixes estudadas, indicando a existência de partição/sobreposição no uso dos recursos disponíveis. Mudanças espaciais foram encontradas para a maioria das espécies, indicando uma plasticidade trófica na utilização dos recursos disponíveis. Em geral, Polychaeta foi o recurso alimentar dominante na zona interna, enquanto itens da categoria Crustacea dominaram na zona externa. Embora tenha sido registrada alguma sazonalidade no uso dos recursos, nove espécies apresentaram mudanças apenas nos itens secundários e algumas espécies mudaram o item alimentar principal em somente uma estação. Mudanças na utilização dos recursos ao longo do crescimento foram observadas com o predomínio de Copepoda e Caprella nos indivíduos menores, mudando para Polychaeta e Teleostei nos indivíduos maiores. Cinco espécies (A. lineatus, C. chrysurus, D. rhombeus, H. clupeola e M. americanus) aumentaram a diversidade de itens alimentares ao longo do crescimento, enquanto seis (C. leiarchus, C. spilopterus, P. punctatus, S. setapinnis, S. testudineus e T. lepturus) diminuíram o espectro alimentar. A estratégia generalista foi utilizada pela maioria das espécies (19), contudo destas 15 espécies apresentaram tendência ao especialismo por algum item. Aspistor luniscutis foi a espécie que apresentou maior diversidade de itens alimentares dentre as espécies estudadas e maior amplitude de nicho. Citharichthys spilopterus (diurno) e A. lineatus (noturno) foram as espécies que tiveram a atividade alimentar mais bem definida. As guildas dos consumidores de Copepoda e de Polychaeta foram as que apresentaram espécies com maior sobreposição trófica dentro do grupo, indicando plena disponibilidade dos recursos. Não foram encontradas diferenças significativas nas médias dos níveis tróficos e de onivorias entre as zonas, estações do ano e classes de tamanho. A retirada de espécies da teia trófica modificou a conectância, de acordo com o grau de interação desta espécie na teia. A separação em guildas tróficas no uso dos recursos alimentares e o uso de diferentes estratégias tróficas foram os mecanismos utilizados para coexistência da ictiofauna na Baía de Sepetiba. |