Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Marisa Beatriz da Silva
 |
Orientador(a): |
Scott, Fabio Barbour
 |
Banca de defesa: |
Scott, Fabio Barbour
,
Freire, Licius de Sá
,
Campos, Diefrey Ribeiro
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
|
Departamento: |
Instituto de Veterinária
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20765
|
Resumo: |
A principal espécie de carrapato a desenvolver prejuízos econômicos e danos sanitários significantes a produção equina no Brasil é Dermacentor nitens. Contudo, estudos de controle desse carrapato em modelos experimentais “in vivo” com avaliação e construção de curva de concentração plasmática são escassos. Isso reduz as opções de bases químicas disponíveis para um eficiente controle desse parasito. Atualmente as opções empregadas são as cipermetrinas em pasta ou emulsão de banho parasiticida. O fipronil, pertencente a classe dos fenilpirazóis, é amplamente usado na medicina veterinária no controle de ectoparasitos com sua eficácia carrapaticida comprovada em diferentes espécies de carrapatos e hospedeiros. Este estudo teve como objetivo o emprego do fipronil aplicado pela via tópica “pour on” em cavalos da raça pônei brasileiro, na dose de 1mg/kg, no controle do D. nitens utilizando-se como critérios de avaliação estudos de eficácia terapêutica e residual, e construção da curva de concentração plasmática por método bioanalítico tanto do fipronil como seu metabólito ativo a fipronil sulfona. Para realização do estudo 14 cavalos foram estabulados em baias individuais no dia - 34 e a partir do dia -31 foram infestados com aproximadamente 1750 larvas de D. nitens em dias alternados até o dia -1. Após a exclusão de dois animais do estudo e randomização baseada nas quedas das fêmeas ingurgitadas dos dias -3, -2, -1, estabeleceu-se dois grupos experimentais com seis animais cada, tratado e controle. No dia do tratamento, foi administrado no grupo tratado fipronil a 1% “pour on” na dose de 1mg/kg para determinar a eficácia terapêutica. Além disso, os cavalos foram infestados em intervalos semanais por três semanas consecutivas para determinar a eficácia persistente, ou residual. O fipronil administrado topicamente atingiu a circulação sistêmica (Cmáx1= 0,71 ± 0,30 e Cmáx2= 0,56 ± 0,27 μg/mL), sendo rapidamente absorvido (tmáx1=7,00 ± 0,00 e 15,00 ± 0,00 dias) e eliminado de forma lenta (t1/2= 8,54 ± 2,03 dias), já a fipronil sulfona manteve uma concentração bem linear com liberação lenta (Cmáx = 0,27± 0,06 μg/mL e tmáx= 18,00 ± 3,29 ) e uma eliminação quase cinco vezes mais lenta que o fipronil (t1/2= 42,06 ± 23,02) sendo quantificada em níveis significantes mesmo 48 dias após o tratamento (0,140 ± 0,034 μg/mL). Os resultados da eficácia terapêutica do fipronil foram significantes (p<0,05) quando comparadas ao grupo controle, atingindo uma média de 91,83% do dia +1 ao +29 e de 95,26% do dia +8 ao +29. Todos parâmetros de avaliação dos índices de reprodução (IR) e nutricional (IN) tiveram diferenças significantes (p<0,05), exceto o peso da quenógina, mas a eficácia média sobre a eficiência reprodutiva foi de apenas 30,97%. A eficácia persistente do fipronil também foi significativa (p<0.05) e permaneceu alta nas três semanas após o tratamento, sendo suas médias 98,69%, 99,19% e 99,32% respectivamente para os desafios +7, +14 e +21. Essa elevada eficácia impossibilitou a análise estatística dos índices reprodutivos por amostras insuficientes de fêmeas ingurgitadas no grupo tratado. Tanto a eficácia terapêutica como a eficácia residual apresentaram valores superiores a 90%, viabilizando o uso do fipronil no controle estratégico de D. nitens, mas não num programa de erradicação, já que o estudo demonstrou, mesmo que baixa, a recuperação de fêmeas ingurgitadas em ambos os testes de eficácia, além de não inibir a eficiência reprodutiva. |