Emissão de óxido nitroso e metano proveniente da vinhaça em lagoas e canais de distribuição e após ferti-irrigação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Paredes, Débora da Silva lattes
Orientador(a): Boddey, Robert Michael lattes
Banca de defesa: Lima, Eduardo, Jantalia, Cláudia Pozzi
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10646
Resumo: A vinhaça, principal subproduto da produção de etanol, possui características químicas que podem levar à produção de N2O e CH4. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de emissão de N2O e CH4 de lagoas e canais de distribuição de vinhaça, assim como as emissões resultantes da aplicação da vinhaça no solo. As emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes das lagoas e canais de distribuição foram quantificadas em usina do Estado de São Paulo, sendo avaliadas desde a liberação da usina até um ponto mais distante, localizado a aproximadamente 10 km. Foram avaliadas três lagoas de armazenamento e quatro seções de canais de distribuição. Nas lagoas, câmaras estáticas utilizadas para a coleta dos gases foram colocadas em cinco diferentes pontos, enquanto nos canais, foram utilizadas quatro câmaras por seção espaçadas a cada 40 metros. A quantidade de CH4 dissolvida na vinhaça foi medida em uma usina em Campos dos Goytacazes – RJ. A vinhaça dessa usina também foi utilizada para avaliar a influência do lodo acumulado no fundo dos canais e lagoas sobre as emissões de CH4, o que foi feito em casa-de-vegetação na Embrapa Agrobiologia. Para avaliação das emissões provenientes da aplicação de vinhaça ao solo, realizaram-se dois experimentos, sendo um em casa-de-vegetação e um em campo, ambos em área experimental da Embrapa Agrobiologia. Nesses experimentos, além das emissões diretas de N2O, foram avaliadas as perdas por volatilização de NH3, que são utilizadas para cálculos de emissões indiretas de N2O. Em casa-de-vegetação, os tratamentos foram aplicação de vinhaça fresca e velha, torta de filtro, uréia e controle. Numa segunda etapa de casa-de-vegetação, e no experimento de campo, os tratamentos adotados foram vinhaça, uréia, vinhaça com posterior aplicação de uréia, uréia com posterior aplicação de vinhaça e controle. As maiores emissões de N2O e CH4 foram obtidas nos canais com circulação de vinhaça; em média, 4,23 ± 0,14 mg N-N2O m-2 h-1 e 515,1 g CH4 m-2 h-1. A quantidade de CH4 dissolvido presente nas amostras de vinhaça foi em média de 2,55 μg CH4 ml-1 vinhaça. A adição de lodo à vinhaça elevou em 4 vezes os fluxos de CH4. Com a aplicação de vinhaça ao solo, as maiores percentagens de perda de N na forma de N2O foram para o tratamento vinhaça, que representou 15%, em condições de casa-de-vegetação, e 0,6 % e 2,5%, para a primeira e a segunda etapa de campo, respectivamente. Apenas o tratamento uréia apresentou resultados significativos de perdas de N por volatilização de NH3, sendo as maiores em casa-de-vegetação (32 %) e na primeira etapa do ensaio em campo (28,6% do N aplicado), e a menor, de 2,5 % na segunda etapa de campo. O armazenamento e a distribuição de vinhaça por lagoas e canais de terra a céu aberto representam importantes fontes de CH4 para a atmosfera, enquanto que sua aplicação no solo favorece a emissão de N2O, restrita aos 3 primeiros dias após a sua aplicação. A volatilização de NH3 não ultrapassou 6 % do N existente na vinhaça