Viabilidade agronômica de extrato húmico de lixiviado de aterro sanitário como fertilizante agrícola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nazareth, Roberto Martins lattes
Orientador(a): Schultz, Nivaldo lattes
Banca de defesa: Schultz, Nivaldo, Zonta, Everaldo, Campos, David Vilas Boas de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e Da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20006
Resumo: O lixiviado produzido da decomposição de resíduos sólidos urbanos (RSU) nos aterros sanitários demanda o desenvolvimento de pesquisas que busquem o tratamento e descarte e/ou utilização de forma segura, dentre as quais como fertilizante agrícola. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade agronômica de um extrato húmico (EH) extraído de lixiviado de aterro sanitário como fertilizante agrícola. O experimento consistiu no cultivo de nós com gemas de cana-de-açúcar (Saccharum sp - var. RB867515) em vasos, em casa de vegetação. Foram conduzidos dois ensaios, sendo um utilizando amostras da camada de 0-0,20 m de um Argissolo Vermelho-Amarelo e outro em amostras de Latossolo Vermelho. Em ambos foram avaliados 6 tratamentos, com 4 repetições, em delineamento experimental em blocos casualizados. Os tratamentos foram: I. controle com submersão dos nós com as gemas em água destilada por 1 hora e cultivo sem adubação (CONT.SH2O); II. submersão dos nós com as gemas em água destilada por 1 hora + adubação mineral de plantio e cobertura (SH2O+AM); III. submersão dos nós com as gemas em solução de EH diluído a 80% com água destilada por 1 hora + adubação mineral de plantio e cobertura (SEH+AM); IV. submersão dos nós com as gemas em solução de EH diluída a 80% com água destilada por 1 hora + uma aplicação de 100 mL solução de EH diluída a 90% em água destilada, aos 47 dias após o plantio (DAP) (SEH+EHS); V. submersão dos nós com as gemas em solução de EH diluído a 80% em água destilada por 1 hora + uma aplicação foliar com 10 mL da solução de EH diluído a 90%, aos 47 DAP (SEH+EHF); VI. submersão dos nós com as gemas em água destilada por 1 hora + uma aplicação foliar com 10 mL da solução de EH diluído a 90% + uma aplicação de 100 mL da solução de EH diluído a 90%, ambas aos 47 DAP (SH2O+EHF+EHS). Aos 4 meses após o plantio foi realizada avaliação da altura das plantas; aos 10 meses foram analisadas a altura das plantas novamente e o acúmulo de massa seca, o teor de nutrientes e pseudototais de metais nas folhas; o acúmulo de nutrientes e pseudototais na massa seca total, os atributos químicos do solo após o cultivo e a diversidade microbiana do solo somente no controle (CONT.SH2O) e no tratamento SEH+EHS. O EH promoveu incremento de crescimento e no acúmulo de massa seca da cana-de-açúcar, em relação ao controle, e de forma similar a adubação mineral, especialmente no tratamento SH2O+EHF+EHS, porém afetou negativamente o desenvolvimento das plantas no tratamento SEH+EHF. Os metais pesados não foram detectados nas análises de tecidos das plantas e no solo. A microbiota do solo não foi influenciada com a aplicação do EH. A influência do EH no crescimento das plantas foi resultante dos elementos químicos nutricionais presentes no mesmo. O EH tem potencial para ser utilizado como fertilizante agrícola sem oferecer riscos de contaminação das plantas e do solo.