Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Harguindeguy, Eduardo Juan Manuel
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Orientador(a): |
Rocha, Flavia Souza |
Banca de defesa: |
Rocha, Flavia Souza |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
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Departamento: |
Instituto de Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15646
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Resumo: |
Existe um amplo consenso na comunidade científica de que a deterioração das condições ambientais do planeta -a exaustão de recursos naturais, a quebra da resiliência de vários sistemas naturais, a desaparição da diversidade biológica e a crise climática é uma questão premente a ser atendida na agenda para um desenvolvimento sustentável da população humana do planeta. A Educação Ambiental é vista como uma importante ferramenta transformadora da realidade socioambiental, estabelecendo uma nova ordem ética, da solidariedade e da equidade para formação da consciência e construção de conhecimento. Isto é obtido através de uma melhor compreensão dos problemas que afetam o meio ambiente, e propiciando a mudança de hábitos de consumo e práticas, que estão na base da demanda que exaure os recursos naturais. Várias pesquisas têm apontado que a utilização de práticas meditativas e de Atenção Plena (Mindfulness) podem ser muito efetivas como coadjuvantes nos processos de clarificação e autoconhecimento, aumentando a empatia com mundo natural, e propiciando a mudança comportamental almejada. No Brasil existe um programa de Educação Socioambiental funcionando dentro do Mosteiro Zen do Morro da Vargem, Espírito Santo, que há mais de 20 anos trabalha com alunos de escolas públicas, incorporando técnicas de Mindfulness derivadas da tradição Zen, na Educação Socioambiental. A importância da introdução destas práticas no mundo moderno, se deve a que elas permitem experimentar um novo paradigma na relação do corpo e da mente, superando a separatividade cartesiana,que é um dogma oculto na nossa civilização, e promovendo uma compreensão empírica da unidade fundamental do corpo-mente. Nossa hipótese é estas técnicas nos permitem vivenciar o entendimento empírico da "mente incorporada",onde a razão é entendida como corporizada, isto é,moldada crucialmente pelas particularidades inscritas através da evolução no nosso corpo, na nossa estrutura neuronal e do nosso acoplamento funcional com o mundo, trazendo uma nova compreensão empática da nossa relação com o meio socioambiental.Este estudo se configura como um relato etnográfico realizando uma descrição do programa, das suas técnicas e aplicações, apontando e resgatando as vivências dos alunos ao longo do programa, suas reações e depoimentos, assim como as articulações que eles realizam dessa experiência com o cotidiano escolar e pessoal quando confrontados pela estranheza de um treinamento em Atenção Plena realizado dentro de numa tradição oriental. O estudo foi realizado com seis escolas nos meses de setembro e outubro de 2014. Se analisaram também 150 questionários de avaliação de compreensão de valores de sustentabilidade, preenchidos pelos alunos. Em 2015 se realizaram visitas a quatro dessas escolas para verificar resultados em mudanças de comportamento e aplicações práticas da vivência nas escolas. Concluímos que o programa é muito bem-sucedido, provocando um profundo efeito nos participantes, que relatam um alto grau de novos entendimentos acerca da própria responsabilidade com o meio socioambiental. Também nos depoimentos dos professores que apontam para mudanças de compreensão e comportamento na sala de aula, além de ações práticas dos alunos para implantar processos e rotinas mais sustentáveis dentro da escola. |