Metais pesados no solo e em hortaliças de folhas cultivadas no município de Nova Friburgo-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Júlio César lattes
Orientador(a): Zonta, Everaldo
Banca de defesa: Zonta, Everaldo, Pérez, Daniel Vidal, Santos, Fabiana Soares dos, Lima, Érica Souto Abreu, Schultz, Nivaldo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9152
Resumo: A região serrana do Rio de Janeiro caracteriza-se pela grande produção de hortaliças, sendo a principal região produtora do estado. Contudo, as práticas de manejo adotadas, com elevada utilização de fertilizantes minerais e orgânicos, têm aumentado o risco de contaminação do solo, e consequentemente, das plantas. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a contaminação por metais pesados (Cu, Ni, Cd, Pb, Cr, Co e Zn) em solos cultivados com alface (Lactuca sativa L.) e salsa (Petroselinum crispum M.) no município de Nova Friburgo-RJ, identificando quais os fatores mais contribuíram para o enriquecimento desses elementos tóxicos no solo, e suas transferências para as plantas, assim como a qualidade das plantas com base nos limites aceitáveis pela ANVISA. O estudo foi realizado em 32 propriedades de produção familiar, sendo 18 produtoras de alface e 14 produtoras de salsa, sob as quais, foram coletadas amostras de solo e plantas. O solo foi coletado em duas profundidades (0-20 e 20-40 cm), sendo digerido de acordo com o método 3050B (USEPA, 1996). As plantas coletadas, foram separadas em folhas e raízes, sendo digeridas de acordo com o método 3050 (USEPA, 2008). Nos solos cultivados com alface, os teores de Co, Zn e Cu estão possivelmente associados às características do material de origem. No entanto, o teor de Pb, Cd, Ni e Cr estão provavelmente associados a uma maior contribuição antropogênica, sendo para Pb via adubação orgânica, e para Cd, Ni e Cr, via adubação mineral. Nos solos cultivados com salsa, os teores de Cu, Ni, Co e Zn, estão possivelmente relacionados ao caráter geoquímico do material de origem, assim como a presença de Zn também está provavelmente associado à fontes antropogênicas por meio da adubação mineral, e Pb à adubação mineral e principalmente orgânica. Os teores de Cd e Cr estão possivelmente relacionados à fonte antropogênica, por meio da adubação mineral. De um modo geral, áreas cultivadas com alface ou salsa, que apresentaram maior teor de matéria orgânica e acidez (menor pH, maior H+Al e maior Al+3), favoreceram uma maior biodisponibilidade, absorção, translocação e o maior acúmulo de metais tóxicos pelas plantas de alface e salsa. Cerca de 50% das plantas de alface, e 80% das plantas de salsa cultivadas em solos mais ácidos, apresentaram concentração de Pb acima dos limites máximos preconizados pela ANVISA. Cerca de 40% das plantas de salsa, cultivadas em solos mais ácidos, apontaram também, contaminação por Cu. O consumo de plantas de alface em um cenário de elevada contaminação pode levar a ingestão de Cd e Pb a valores acima dos máximos aceitáveis tanto por adultos, quanto por crianças. O consumo de plantas de salsa com elevada contaminação por Pb e Cu, não ultrapassa os valores máximos de ingestão diária desses metais, em decorrência ao pequeno consumo dessa hortaliça. Em ambas as culturas, a quantidade (g ha-1) de metais extraída pelas plantas, foi inferior às quantidades aportadas ao solo, por meio das adubações minerais e orgânicas, práticas que podem enriquecer os solos cultivados com alface e salsa com esses metais tóxicos.