Investigando os extrativos da madeira de espécies da caatinga visando à obtenção de compostos bioativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Ana Cristina Almeida dos lattes
Orientador(a): Souza, Natalia Dias de lattes
Banca de defesa: Souza, Natalia Dias de lattes, Oliveira, Águida Aparecida de lattes, Dias Júnior, Ananias Francisco lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20766
Resumo: O bioma Caatinga se destaca por conter uma grande biodiversidade, com números expressivos de táxons raros e endêmicos. Apesar disso a Caatinga vem sofrendo um extenso processo de alteração e deterioração ambiental provocado pelo uso insustentável dos seus recursos naturais. A flora da Caatinga é bastante utilizada para fins fitoterápicos pela sua população. As propriedades terapêuticas dessas plantas estão relacionadas com aos metabólitos secundários presentes nelas. Esses compostos podem possuir potencial antioxidante, ou seja, conseguem neutralizar a ação dos radicais livres e apresentar atividade antimicrobiana, sendo denominados bioativos. Sendo assim, os objetivos dessa pesquisa foi estudar a composição química e atividade antifúngica dos extrativos das madeiras das espécies Poincianella pyramidalys (Tul.) L. Q. Queiroz, Andira anthelmia (Vell.) Benth, Ziziphus joazeiro Mart., e Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir visando à obtenção de compostos bioativos. As madeiras foram obtidas de mata nativa da Caatinga sob manejo florestal sustentável na Fazenda Milhã/Poço da Pedra, localizada no estado do Rio Grade do Norte (RN). As madeiras foram moídas e submetidas a um ciclo de extração empregando três solventes orgânicos de ordem crescente de polaridade, a saber: cicloexano, acetato de etila e metanol. A partir dos extratos obtidos foram determinados os teores de extrativos, análises de Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), prospecção fitoquímica, determinação do teor de fenólicos e flavonoides totais, capacidade antioxidante pelo método FRAP e atividade antifúngica. O metanol foi o solvente que apresentou maior concentração de extratos para todas as espécies. A partir da análise de espectroscopia por FTIR pode-se identificar os grupos funcionais presentes nos diferentes extratos das madeiras da Caatinga, demonstrando que cada solvente extraiu da madeira substâncias específicas. Os extratos metanólicos apresentaram substâncias com potenciais capacidades antioxidantes e antifúngicas. Através da prospecção fitoquímica pode–se constatar que todas as espécies apresentaram nas composições de seus extratos metanólicos compostos fenólicos, flavonoides, triterpenoides e alcaloides. A espécie A. anthelmia foi a única que não apresentou saponinas em seu extrato. A análise de fenólicos totais, flavonoides totais e capacidade antioxidante pelo método FRAP indicaram que os extratos metanólicos das espécies estudadas são materiais ricos em compostos fenólicos e flavonoides, apresentando potencial antioxidante. A análise da atividade antifúngica permitiu certificar que todas as espécies apresentaram capacidade antifúngica frente as cepas de S. schenkii, S. brasilienses e C. albicans. A partir das análises realizadas no presente estudo pode-se concluir que os extrativos das madeiras das espécies da Caatinga são bioativos, e essa bioatividade está relacionada a certas classes de metabólitos secundários presentes em sua composição.