O papel do ambiente na estrutura de comunidades: análises de co-ocorrência e de tamanho corpóreo de formigas de restinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Chevalier, Leandro Xavier Teixeira lattes
Orientador(a): Queiroz, Jarbas Marçal de lattes
Banca de defesa: Melo, Adriano Sanches, Dias, Gustavo Muniz
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10795
Resumo: A competição interespecífica e a estrutura do ambiente podem influenciar a estrutura das comunidades. A hipótese “size-grain” busca explicar a relação entre a heterogeneidade do ambiente e o tamanho corpóreo das espécies e ela defende que organismos terrestres de tamanhos menores percebem o ambiente de modo menos plano. Este estudo teve duas perguntas: o padrão de co-ocorrência da mirmecofauna difere entre as fitofisionomias e estações do ano (escala regional) ou entre as parcelas (escala local)? A complexidade do ambiente interfere no tamanho corpóreo da mirmecofauna, conforme prediz a hipótese “size-grain”? Os dados foram obtidos de duas expedições de coleta, em estação seca e em úmida, em três fisionomias vegetais – arbustiva, arbustivo-arbórea e arbórea - na Restinga da Marambaia, RJ. A fisionomia arbustiva apresentava uma serapilheira muito superficial e as outras duas uma maior profundidade de serapilheira. Para analisar os padrões de co-ocorrência das comunidades foram usadas matrizes de presença-ausência, usando o índice C-Score, analisado com base no modelo nulo de soma fixa nas linhas e colunas. Para uma comunidade estruturada por competição o índice C-Score deve ser significativamente maior que o esperado ao acaso. Para a análise em escala regional foram usadas todas as espécies, das três parcelas de cada fitofisionomia, em cada estação. As análises em escala local foram feitas para cada parcela. Foram utilizadas 84 espécies coletadas para as análises. O índice C-score foi significativamente maior que o esperado ao acaso em escala regional e, em escala local, em cinco parcelas distribuídas nas duas estações e nas três fitofisionomias. Para responder a segunda pergunta foram utilizados os mesmos espécimes coletados e foram medidos, com auxílio de uma lupa com câmara clara, três indivíduos por espécie. As medidas tomadas foram a largura da cabeça e o comprimento do fêmur. Foi calculado o valor médio de cada medida para cada espécie. A largura média da cabeça (LC) foi correlacionada com a razão CF/LC (comprimento do fêmur/largura da cabeça) e foi utilizada para comparar o tamanho médio das três comunidades de formigas das fitofisionomias da Restinga da Marambaia. As fisionomias arbustivo-arbórea e arbórea representariam ambientes mais rugosos, enquanto a arbustiva seria um ambiente menos rugoso. LC explicou a variação observada da razão CF/LC para toda a mirmecofauna e para cada fitofisionomia, mas as espécies de formigas das três fitofisionomias não apresentaram diferenças no tamanho médio corpóreo (LC) ou na razão CF/LC. Outros fatores além da competição podem estar envolvidos na estrutura destas comunidades. A hipótese “size-grain” foi corroborada quanto a fundos morfológicos, demonstrando alometria positiva para as pernas das espécies de formigas. Porém, a rugosidade do ambiente não influenciou a estrutura da mirmecofauna, possivelmente devido ao uso diferencial de recursos ou habitat, promovendo a coexistência de diferentes espécies de diferentes tamanhos.