Eficiência agronômica de remineralizadores no cultivo de milho em sistema de manejo orgânico e potencial de solubilização de K por ácidos orgânicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Aguiar, Beatriz Gaspar de lattes
Orientador(a): Araújo, Ednaldo da Silva lattes
Banca de defesa: Araújo, Ednaldo da Silva, Zonta, Everaldo, Campos, David Vilas Boas de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20241
Resumo: O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e 96% dos fertilizantes potássicos de que necessita são importados, resultando em uma forte dependência externa. Uma possível alternativa, para reduzir a dependência externa, são os remineralizadores de solo provenientes da indústria de mineração como um rejeito que apresentam lenta solubilização de nutrientes. As doses, a eficiência e os fatores que aceleram a solubilização desses remineralizadores para as plantas, entretanto, ainda necessitam de pesquisa. Partindo dessa premissa, este trabalho tem duas hipóteses: 1) os remineralizadores são fontes eficientes de K para a cultura do milho, em manejo orgânico de produção; e 2) o uso de ácidos orgânicos (os mesmos ácidos produzidos por microrganismos e sistema radicular) aumenta a solubilidade de K contida nos remineralizadores. Diante disso, objetivou-se determinar a eficiência agronômica de remineralizadores no cultivo de milho e o potencial de solubilização de K por intermédio de ácidos orgânicos. As atividades experimentais foram divididas em duas etapas. O primeiro experimento foi instalado na área experimental da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, RJ. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com 20 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos consistiram em diferentes doses de três tipos de remineralizadores (fonolito hidrotermalizado com K2O total de 12%, fonolito com K2O total de 8% e siltito glauconítico com K2O total de 10%) combinadas com diferentes doses de sulfato de potássio (K2SO4). Dentre os remineralizadores estudados, quanto à produtividade do milho, o fonolito apresentou resultados mais promissores do que o fonolito hidrotermalizado e o siltito glauconítico. Isso indica que o uso da adubação mista (remineralizador + sulfato de potássio) é uma prática viável, sugerindo que os remineralizadores têm potencial de substituição de parte das fontes convencionais de K pela utilização de rochas brasileiras e diminuição da dependência de uso de fertilizantes solúveis, apresentando, assim, uma solução para o suprimento da adubação potássica. A adubação com remineralizadores isoladamente não apresentou incremento na produtividade do milho em relação ao controle (sem adubação). Foi também realizado um experimento com milho em casa de vegetação, com diferentes doses de dois remineralizadores (fonolito hidrotermalizado e fonolito) de 0 até 100% do substrato total do vaso, com o objetivo de testar os remineralizadores nas suas doses máximas e como substrato. O fonolito se mostrou mais eficiente, pois com menores quantidade conseguiu chegar a melhores produtividades e acúmulo de K na matéria seca. No entanto, o seu uso em dose muito alta pode ser prejudicial. Ao mesmo tempo, foi observado que, com o aumento de dosagem do fonolito hidrotermalizado, não houve danos para as produtividades, indicando esse remineralizador pode até ser usado como substrato para o desenvolvimento das plantas. A segunda etapa experimental teve como objetivo testar a solubilidade dos remineralizadores com diferentes ácidos orgânicos. O experimento foi realizado na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, RJ. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, em esquema fatorial 3x5, onde o primeiro fator correspondeu aos remineralizadores (fonolito, fonolito hidrotermalizado e siltito glauconítico) e o segundo representou cinco tempos de agitação (1; 3; 5; 8 e 16 horas a 80 oscilações por minuto). O experimento foi realizado quatro vezes, uma para cada tipo de extrator: ácido cítrico (0,02 mol L-1); ácido acético (0,02 mol L-1); ácido lático (0,02 mol L-1); e água. Concluiu-se que é possível aumentar a disponibilidade de K presente no fonolito com ácidos orgânicos. Em ácido cítrico, o fonolito apresentou solubilização de 83,97 mg K2O.L-1, que corresponde a 0,84%, em contraste com a água, que obteve 2,32mg K2O.L-1, que representa 0,023% de solubilização.