A luta pelo controle da informação nas redações cariocas (1975-1981). A abertura política e as estratégias de poder no campo do jornalismo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vaz, Ana Lúcia lattes
Orientador(a): Moraes, Luis Edmundo de Souza lattes
Banca de defesa: Moraes, Luis Edmundo de Souza lattes, Magalhães, Felipe Santos lattes, Castilho, Márcio de Souza lattes, Kushnir, Beatriz lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10065
Resumo: A presente tese tem como objetivo analisar as estratégias dos jornalistas na luta pelo controle da informação, no período da abertura política da ditadura militar. Utilizando os conceitos de campo e de habitus, de Pierre Bourdieu, esta pesquisa investiga o campo do jornalismo para identificar as estratégias de luta de seus agentes na disputa de poder com a instituição da censura. Para tanto, foram analisadas reportagens dos jornais O Globo e Jornal do Brasil sobre as bombas do Riocentro (1981), que revelaram critérios de seleção próprios aos procedimentos jornalísticos que condicionam as narrativas públicas sobre o episódio. Através de fontes orais e de registros nas páginas dos jornais, descreveu-se a estrutura e os procedimentos de produção da notícia, as condições de trabalho do jornalista e as relações entre repórteres, colunistas, editores e diretores de jornal com as instâncias de poder de Estado. Com isso, demonstrou-se a interdependência entre os campos do jornalismo e da política, não como desvio de função da instituição imprensa, mas como parte das regras que constituem e são constituídas pelos dois campos. Neste sentido, a censura pode ser vista como uma estratégia do Estado que rompe as regras do jogo de poder pela invasão do campo jornalístico. Os agentes do campo invadido reagem pela unificação do campo para enfrentamento do invasor. Com isso, as estratégias de controle da informação próprias ao campo do jornalismo foram ocultadas por uma narrativa que supervalorizou a ação da censura e o princípio da resistência como condição de pertencimento ao campo do jornalismo.