Sorção e dessorção do herbicida pendimetalina em solo e palha de cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Gabriella Francisco Pereira Borges de lattes
Orientador(a): Pinho, Camila Ferreira de lattes
Banca de defesa: Pinho, Camila Ferreira de lattes, Langaro, Ana Claudia lattes, Velini, Edivaldo Domingues lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13301
Resumo: A descontinuidade do processo de queima da palhada trouxe desafios para as práticas de manejo no cultivo de cana-de-açúcar. Apesar dos benefícios ambientais e agronômicos associados à permanência da palhada no solo, esse sistema de produção pode interferir negativamente na eficiência dos herbicidas para o controle de plantas daninhas. Isso ocorre, porque a palha de cana-de-açúcar tanto funciona como uma barreira física quanto interage com as moléculas dos herbicidas, alterando sua dinâmica no ambiente. A sorção corresponde ao principal mecanismo de retenção dos herbicidas à palhada e pode ser favorecida em função das características físico-químicas das moléculas dos herbicidas e da composição química da palhada. Esses fatores também influenciam no processo de dessorção, o qual está associado à liberação das moléculas na solução do solo. A pendimetalina é um herbicida pré-emergente utilizado no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil para controle de gramíneas e algumas plantas daninhas de folhas largas e, por suas características hidrofóbicas, possui elevada capacidade de permanecer retido aos coloides do solo e à palhada. Nesse sentido, o emprego de adjuvantes em herbicidas pré-emergentes, embora não seja uma prática comum, pode alterar sua dinâmica no ambiente, bem como auxiliar na sua eficiência agronômica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sorção e a dessorção, em solo e em palha de cana-de-açúcar, do herbicida pendimetalina isoladamente e em mistura com adjuvante. O ensaio 1 consistiu na análise de estabilidade qualitativa e quantitativa das soluções de pendimetalina nas formulações concentrado emulsionável (EC) e suspensão de encapsulado (CS) e as respectivas misturas com óleo vegetal (Aureo®) a 0,1% (v/v), óleo mineral (Assist®) a 0,5% (v/v) e acetona a 0,1% (v/v). O ensaio 2 correspondeu ao pré-teste para determinação da proporção solo:solução e palha:solução, assim como do tempo de equilíbrio, mais adequados para o ensaio de sorção. O ensaio 3 consistiu na determinação das isotermas de sorção e dessorção. O ensaio de sorção foi realizado utilizando as soluções de pendimetalina na formulação EC isoladamente e em mistura com Aureo® em concentrações entre 2,5 e 40 μg mL-1, por serem consideradas mais estáveis nos ensaios anteriores. O solo foi empregado na proporção de 1:2 (m/v) e a palha na proporção 1:50 (m/v), permanecendo o sistema em agitação pelo período de 12 e 24 horas, respectivamente. O ensaio de dessorção foi realizado, descartando o sobrenadante e adicionando solução aquosa de CaCl2 a 0,01 mol L-1 sem herbicida, permanecendo o sistema em agitação por 24 horas. A concentração de pendimetalina no sobrenadante foi determinada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os dados foram submetidos à análise de variância (p ≤ 0,05) e foi utilizado o software ISOFIT para obtenção dos parâmetros das isotermas dos modelos de Freundlich e linear. O modelo linear foi o mais adequado para representação das isotermas de sorção e dessorção. O coeficiente de sorção para o solo foi igual a 18,48 mL g-1 para a pendimetalina na formulação EC isoladamente, enquanto os coeficientes para a palha de cana-de-açúcar foram equivalentes a 355,52 e 27,24 mL g-1 para a formulação EC isoladamente e para o sistema EC + Aureo®. Na dessorção, os valores de Kd obtidos foram superiores aos de sorção, indicando que houve retorno do herbicida para a solução. Portanto, a sorção da pendimetalina em palha de cana-de-açúcar, na formulação EC isoladamente é maior em comparação com a mistura com Aureo®, indicando que a adição de adjuvante pode diminuir sua retenção na palhada e, consequentemente, aumentar a eficiência no controle de plantas daninhas