Caracterização de biossólidos para a produção de mudas de espécies arbóreas da Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alonso, Jorge Makhlouta lattes
Orientador(a): Leles, Paulo Sergio dos Santos lattes
Banca de defesa: Leles, Paulo Sergio dos Santos lattes, Resende, Alexander Silva de lattes, Andreoli, Cleverson Vitório lattes, Pinheiro, Érika Flávia Machado lattes, Arthur Junior, José Carlos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9388
Resumo: O lodo de esgoto é o resíduo sólido proveniente do tratamento de esgoto sanitário, que é rico em matéria orgânica e nutrientes, chamado de biossólido após tratamento visando sua utilização produtiva. Sua produção nos grandes centros urbanos é crescente e a sua destinação é considerada um problema ambiental. O reaproveitamento do biossólido como substrato para a produção de mudas florestais pode favorecer a retenção hídrica, a disponibilidade de macro e micronutrientes e reduzir custos com substratos e fertilização mineral. Esta pesquisa tem por objetivo caracterizar e avaliar os biossólidos produzidos em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) localizadas na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, visando sua utilização na produção de mudas de espécies arbóreas da Mata Atlântica. Inicialmente foram avaliados diferentes lotes de biossólidos das ETEs Ilha do Governador, Sarapuí, Alegria, Pavuna e Barra da Tijuca, todas tratam esgotos de origem domiciliar e se diferenciam quanto aos processos e métodos para tratamento de esgoto e lodo. Foram avaliadas a concentração de macro e micronutrientes, bem como de metais pesados em cada material. Os biossólidos também foram valorados economicamente visando sua utilização com adubo e substrato. Todos os lotes de biossólido avaliados apresentaram concentrações de metais pesados abaixo das permitidas pela legislação brasileira, altos teores de nutrientes e matéria orgânica, apresentando potencial para utilização agrícola. Os biossólidos foram valorados em média a R$ 274,82 por megagrama, considerando sua utilização como adubo e R$ 907,37 por megagrama, para uso como substrato. Na segunda etapa do estudo, foram avaliados substratos nas proporções de 25:75, 50:50, 75:25 e 100:00 (%) de biossólido da ETE Ilha e fibra de coco no crescimento e na qualidade de mudas de Ceiba speciosa (paineira). Os substratos compostos por 50 a 100% de biossólido apresentaram maior crescimento em altura, diâmetro e biomassa, gerando mudas de melhor qualidade. Em um terceiro experimento, foi avaliado o potencial do biossólido produzido nas ETEs Ilha, Sarapuí e Alegria como substratos na produção de mudas de Colubrina granulosa (sobrasil) e Peltophorum dubium (farinha seca) em comparação com dois substratos comerciais, um a base de casca de pinheiro e o outro a base de turfa de esfagno, com e sem aplicação de fertilização complementar com potássio. Os biossólidos da ETE Ilha e Sarapuí apresentaram características químicas e físicas adequadas para serem utilizados como substrato, enquanto o da ETE Alegria apresentou características físicas indesejáveis, necessitando de tratamento complementar ou mistura com outros materiais para utilização como substrato. Quanto à produção de mudas, para ambas as espécies, foi observado maior crescimento e qualidade nos substratos compostos por biossólidos da Ilha e Sarapuí do que em substratos comerciais. As mudas produzidas com biossólido também apresentaram melhor sobrevivência e crescimento após plantio em campo. De modo geral, a fertilização com K promoveu maior acúmulo do elemento nos tecidos das mudas e foi benéfica para a sobrevivência delas após plantio