Biomassa de tefrósia como fonte de adubo nitrogenado no cultivo do maracujazeiro em sistema orgânico de produção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fogel, João Fernandes
Orientador(a): Araújo, Ednaldo da Silva
Banca de defesa: Araújo, Ednaldo da Silva, Rosa, Raul Castro Carriello, Xavier, Francisco Alisson da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10475
Resumo: O maracujazeiro é uma cultura de enorme importância para a fruticultura brasileira. O país apresenta-se como o maior produtor mundial da fruta e também o maior consumidor. Nos últimos tempos, observa-se o crescimento de estudos com materiais genéticos cultivados sob manejo orgânico na cultura do maracujazeiro, o que igualmente imprime a necessidade de trabalhos focados no acompanhamento da adubação com fontes orgânicas que atendam às necessidades nutricionais da cultura. A tefrósia (Tephrosia sinapou) é uma leguminosa arbustiva com potencial para adubação verde e vem sendo pouco explorada no país. Neste estudo foi avaliado 1) a capacidade da biomassa vegetal da tefrósia como fertilizante para o atendimento da demanda de nitrogênio (N) para a cultura do maracujá amarelo em sistema orgânico de produção, e 2) a taxa de decomposição e liberação de N da biomassa da tefrósia. O experimento foi conduzido na Fazendinha Agroecológica Km 47, nas condições da baixada fluminense. Para o primeiro parâmetro avaliado adotou-se o delineamento de blocos casualizados (DBC) com 4 tratamentos, 3 blocos e 3 repetições. Onde: Tratamento 1 (T1) – testemunha (sem adubação); Tratamento 2 (T2) - torta de mamona (TM); Tratamento 3 (T3) - biomassa fresca de tefrósia (BFT); Tratamento 4 (T4) a combinação de 50% de torta de mamona + 50% de biomassa fresca de tefrósia (TM+BFT). Já no segundo parâmetro avaliado, relacionado a determinação da decomposição da biomassa vegetal de diferentes partes da planta (folha, caule e folha + caule) foi utilizada a metodologia litter bag. Adotou-se o DBC e cada material distinto considerou-se um tratamento, sendo 3 tratamentos, 3 blocos e 10 repetições. Os resultados obtidos nesse estudo demonstram que as distintas partes da planta apresentaram tempos de decomposição e liberação de nitrogênio distintos em função da relação C/N, sendo que, quanto maior a relação C/N, maiores foram os tempos de meia vida (t1/2) da matéria seca, sendo a fração foliar com o menor tempo de meia vida (38 dias), seguido do material de folha + caule (66 dias) e o caule (150 dias). O tempo de meia vida da liberação de N na folha foi o menor (29 dias), seguido do material de folha + caule (38 dias) e do caule (102 dias). A torta de mamona (T2), por ser um composto com uma baixa relação C/N e rápida liberação do nitrogênio, foi o tratamento com maior produtividade total (13,37 t ha-1), produzindo cerca de 14% a mais do que o tratamento testemunha (11,5 t ha-1), 27% a mais do que o tratamento com a biomassa da tefrósia (9,7 t ha-1) e 10% a mais do que o tratamento com a mistura de torta de mamona com a biomassa da tefrósia (11,92 t ha-1). O tratamento testemunha (T1) não diferiu significativamente da produtividade total do tratamento com a mistura da torta de mamona com tefrósia (T4). A adubação com a biomassa da tefrósia (T3) obteve redução da produtividade em torno de 15%, quando comparada com o tratamento testemunha (T1), o que sugere um déficit de nitrogênio para a cultura do maracujazeiro neste tratamento com a biomassa da leguminosa, talvez devido a imobilização do nitrogênio no solo. A adubação não influenciou no teor de sólidos solúveis (°Brix) nos frutos do maracujá.