Pigmentos Naturais em Diferentes Variedades de Batatas-doces

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Jesus, Monalisa Santana Coelho de lattes
Orientador(a): Godoy, Ronoel Luiz de Oliveira lattes
Banca de defesa: Godoy, Ronoel Luiz de Oliveira lattes, Barbosa Junior, Jose Lucena lattes, Carvalho, Carlos Wanderlei Piler de lattes, Lima, Antonio Luiz dos Santos lattes, Gouvêa, Ana Cristina Miranda Senna
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9331
Resumo: A batata-doce (Ipomoea batatas L.), de cultivo rústico, rica em carboidratos e fitoquímicos funcionais, pigmentos naturais, antioxidantes e pró-vitamínicos A, possui grande potencial para levar desenvolvimento social e econômico para as populações mais carentes e distantes dos centros urbanos. Pode auxiliar na prevenção das doenças relacionadas à desnutrição, à avitaminose A e ao estresse oxidativo. É uma opção para impulsionar sistemas de produção orgânicos e gerar alimentos mais saudáveis, com maiores teores de nutrientes e substâncias funcionais, de forma sustentável. Seus pigmentos naturais (carotenoides e antocianinas) podem substituir com vantagens funcionais os corantes sintéticos utilizados em alimentos industrializados. O perfil de carotenoides e antocianinas de muitas variedades de batatas-doces ainda estão sendo publicados em trabalhos recentes, já que muitas destas moléculas ainda não foram elucidadas. O potencial funcional desses fitoquímicos depende de suas estabilidades perante tratamentos térmicos e da biodisponibilidade após o processo digestivo. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e quantificar os carotenoides e antocianinas de quatro variedades de batatas-doces cultivadas em sistema orgânico e avaliar a retenção nas formas de consumo mais comuns. Para isso foram cultivadas quatro variedades de batatas-doces orgânicas, preparadas nas formas in natura, cozidas e fritas para avaliação dos teores, retenção e perfis. As técnicas analíticas utilizadas foram espectrofotometria, Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detector de Arranjo de Diodos (CLAE-DAD) e Espectrometria de Massas de Alta Resolução com Ionização por Eletrospray (IES-QTdV-EM2). A maior parte dos carotenoides e antocianinas foi identificada e alguns foram detectados pela primeira vez na matriz, como 6 antocianinas aciladas, dentre as 22 detectadas na variedade de pele e polpa roxas, na maioria derivadas de peonidina, justificando a coloração roxa com tonalidade avermelhada, aciladas com ácidos cafeico, p-hidroxicinâmico e principalmente ferúlico. Na variedade de pele branca e polpa roxa foram identificadas 14 antocianinas já conhecidas, a maior parte derivada de cianidina, justificando a cor roxa com tonalidade azulada e, aciladas com os mesmos ácidos, principalmente o cafeico. Duas delas diaciladas, raras em batata-doce, derivadas de pelargonidina, só foram identificadas em batata-doce por Lee et al. (2013). Não foram detectadas antocianinas não aciladas. Os perfis das antocianinas dessas batatas-doces as diferenciam de outras variedades. As antocianinas foram estáveis ao cozimento e fritura, que facilitaram a dessorção das mesmas do amido das matrizes durante a extração, resultando em teores três vezes mais altos do que nas batatas-doces in natura, indicando que o aquecimento deve ser inserido no preparo delas antes da liofilização, que também aumenta a extração das antocianinas, sem degradá-las. O perfil de carotenoides da cultivar IAPAR 69, de polpa alaranjada devido ao b-caroteno como majoritário (>90%) e zeinoxantina como minoritário apresentou teor total de quase 65 mg 100-1 g-1 em base seca (BS), isomerização após cozimento e fritura com retenções em torno de 55%. A variedade de polpa amarelada, com total de carotenoides não identificados de 2 mg 100-1 g-1 BS, apresentou perfil raro característico de novas xantofilas semelhantes àquelas encontradas por Maoka et al. (2007), com degradação após cozimento e fritura com retenções em torno de 82%.