A influência do trabalho sobre a expectativa de futuro em relação à Covid19: um estudo da relação dos mundos do trabalho e do não trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Lucimere Antunes lattes
Orientador(a): Souza, Marcos Aguiar de lattes
Banca de defesa: Souza, Marcos Aguiar de, Giolo, Maria Auxiliadora Salcedo, Dilva, Maria Claudete, Oliveira,Valéria Marques de, Souza, Wanderson Fernandes de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20156
Resumo: A pandemia da Covid19 abalou a sociedade e a vida pessoal em todo o planeta. Ocorreram profundas e importantes mudanças no mundo que afetaram não somente o indivíduo, mas toda a sociedade, envolvendo a saúde, a educação e a economia local, nacional e mundial. Durante a pandemia e após a sinalização do seu fim pela OMS, a incerteza foi - e ainda é - um fato marcante, para a pessoa e o mundo do trabalho. Quando se trata de expectativa de futuro, a incerteza é sempre um fato presente, porém, nesse contexto pandêmico que vivemos recentemente, ela foi notadamente exacerbada. Dessa forma, pensando nas drásticas mudanças ocasionadas pela Covid19, que afetou as regulamentações sociais, as saúdes física, psicológica e financeira do indivíduo, com forte impacto no mundo do trabalho, é que o presente estudo objetiva investigar a influência das variáveis indicadoras de debilidade das normas (Red tape, Anomia Organizacional e Anomia Social) e das variáveis indicadoras de bem-estar (Comprometimento Organizacional Afetivo, Envolvimento no Trabalho e Satisfação no Trabalho) sobre a expectativa de futuro em relação à COVID 19. É uma pesquisa empírica, que adota uma abordagem do método quantitativo, cujos dados foram submetidos a métodos estatísticos, com o auxílio dos softwares estatísticos IBM SPSS (Statistical- Package for the Social Sciences) e o AMOS (Analysis of Moment Structures). A coleta de dados foi realizada por meio de instrumentos padronizados, incluindo a Escala de Anomia Organizacional (Souza & Ribas Jr, 2013), Escala de Red tape nas Organizações (Souza et al, 2017), Margins of Society Scale - MOS (Travis, 1993), validada para amostras brasileiras por Formiga e Souza (2011), Inventário de Bem-Estar no Trabalho (IBET-13), Escala de Comprometimento Organizacional Afetivo (Bastos et al., 2008), além da Escala de Expectativa de Futuro em Relação à Covid19 – EEFRC, que foi considerada preliminarmente adequada em seus critérios iniciais de validade para fins de realização de estudos com amostras brasileiras. Participaram da pesquisa 305 trabalhadores de organizações públicas e privadas do Rio de Janeiro, sendo 56% do sexo feminino e 44% do sexo masculino. Os resultados mostraram que o trabalho influencia a expectativa de futuro em relação à Covid19, impactando negativamente quanto à anomia organizacional e Red tape e positivamente no que se refere ao bem-estar no trabalho e comprometimento afetivo no trabalho. Além disso, os resultados evidenciaram a influência da anomia social sobre as variáveis organizacionais estudadas; bem como a correlação negativa entre a variáveis positivas (satisfação no trabalho, comprometimento organizacional afetivo, envolvimento no trabalho e expectativa de futuro em relação à Covid19) e uma correlação positiva nas variáveis negativas para o funcionário e para a organização (anomia organizacional e a Red tape). Esses achados sugerem a complexidade das interações entre variáveis psicossociais que ultrapassam os limites do ambiente do trabalho, formando uma rede com todo contexto social em um cenário tão desafiador como o vivenciado durante a pandemia. Esse cenário destaca a importância de compreender a influência do contexto social nos processos de trabalho, particularmente no que tange ao bem-estar psicológico dos colaboradores. Isso ressalta a necessidade de investir em estudos sobre esse tema, o que, por sua vez, permite às organizações buscarem constantemente iniciativas que promovam o bem-estar integral de cada membro, adotando uma visão mais holística.