Biogeografia de rizóbios de sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) isolados dos biomas Caatinga e Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Isabelly Santos Rosado de lattes
Orientador(a): Faria, Sergio Miana de lattes
Banca de defesa: Jesus, Ederson da Conceição, Coelho, Marcia Reed Rodrigues, Coelho, Irene da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11193
Resumo: O sabiá (Mimosa caesalpiinifolia Benth.) é uma espécie lenhosa da família Fabaceae (Leguminosae) nativa do bioma Caatinga e que foi introduzida com sucesso em outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica. Esta espécie possui alto potencial para usos como: cerca viva, lenha, carvão entre outras utilidades. O sucesso na adaptação em diferentes biomas brasileiros pode estar relacionado com a capacidade dessa espécie em se associar simbioticamente com bactérias fixadoras de nitrogênio, chamadas genericamente de rizóbios, em especial aos beta-rizóbios do gênero Paraburkholderia. Dentro desse contexto, estudou-se a filogenia de estirpes de bactérias que estariam envolvidas nessa simbiose nos biomas Caatinga e Mata Atlântica. O objetivo deste trabalho foi estudar as relações filogenéticas entre as estirpes de rizóbios provenientes do estado do Rio de Janeiro e de regiões de onde o sabiá é nativo, de modo a desvendar a relação entre o simbionte e a introdução bem-sucedida da espécie em outros ambientes. Foram selecionados isolados que foram cultivados e caracterizados morfologicamente em meio 79 e autenticados em casa de vegetação em condições estéreis. Em seguida, foi realizada a caracterização molecular por BOX-PCR, o sequenciamento dos genes 16S rRNA, recA e nifH e a construção das árvores filogenéticas por meio de programas de bioinformática. Os resultados mostraram que o sabiá se associou preferencialmente a bactéria Paraburkholderia sabiae em solos do bioma Mata atlântica, além de nodular com bactérias do gênero Rhizobium. Já, em seu bioma de origem, o simbionte encontrado foi predominantemente a Paraburkholderia diazotrophica; apenas um isolado proveniente do Rio Grande do Norte, foi classificado como Paraburkholderia symbiotica. A classificação taxonômica e a divisão baseada na localidade foram suportadas tanto pela filogenia do gene 16S rRNA quanto pela do gene recA. A filogenia do gene nifH também separou os isolados de acordo com seu local de origem. Contudo, ao contrário do que foi observado para os demais genes, a P. phymatum se apresentou evolutivamente mais próxima de P. diazotrophica do que de P. sabiae, indicando a ocorrência de uma transferência horizontal desse gene entre as duas primeiras espécies. Os resultados aqui apresentados demonstram a capacidade de adaptação da espécie a populações bacterianas nativas do Sudeste do Brasil.