Aspectos morfológicos, biológicos e epizootiológicos de Parahaemoproteus nettionis (Johnston & Cleland,1909) (Haemosporidiidea: Haemoproteidae) em Cairina moschata L. no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1979
Autor(a) principal: Yamamura, Milton Hissashi lattes
Orientador(a): Neitz, Wilhelm Otto Daniel Martin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11701
Resumo: O parasitismo por Parahaemoproteus nettionis (Johnston & Cleland, 1909) foi constatado pela presença de gametócitos maturos somente em Cairina moschata com mais de 40 dias de idade. Verificou-se sua ocorrência em aves nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e do Território Federal de Roraima, calculando-se a prevalência de 22,4% para toda amostra trabalhada. Os maiores índices de prevalência foram observados nos meses de março e abril, período que corresponde à fase final da maior quantidade de insetos hematófagos nas áreas ditas enzoóticas do parasito. Os testes biológicos em condições experimentais mostraram que Culex fatigans não se constitui em um transmissor adequado. Em face das precárias condições de sobrevivência de simulídeos e ceratopogonídeos em laboratório e da dificuldade de comprovar o hematofagismo destes dípteros em C. moschata, não foi possível demonstrar o desenvolvimento de P. nettionis nestes prováveis vetores. Nos eritrócitos dos hospedeiros, somente as formas sexuadas do parasito foram observadas. As inoculações de sangue e de suspensão de macerados de órgãos de aves comprovadamente parasitadas não se constituíram em meio adequado de transmissão desta parasitose. A exflagelação de microgametócitos de P. nettionis foi passível de observação a partir de dois minutos e trinta segundos, após a punção para coleta de sangue, com emissões de até oito microgametas. Evidenciou-se que P. nettionis é pouco patogênico para C. moschata, pois as formas sexuadas encontradas nos eritrócitos determinam o aumento de tamanho da célula parasitada e frequentemente deslocam o núcleo delas. Também se demonstrou que o grau de parasitemia de aves infectadas em condições naturais geralmente é baixo; mesmo em casos de índices superiores a 100 eritrócitos parasitados/10.000 examinados e frequente poliparasitismo, não foram observados sinais de anemia, nem mortalidade. As inoculações de cortisona, a esplenectomia e a associação destes dois métodos não constituíram em meios adequados para exacerbar a patogenicidade de P. nettionis.