De professor para professor: a prática da educação ambiental na sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bezerra, Silvia Helena Loli lattes
Orientador(a): Mizuguchi, Nedda Garcia Rosa lattes
Banca de defesa: Hammes, Valéria Sucena, Santos, Gabriel de Araújo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12890
Resumo: O trabalho teve por objetivo investigar a contribuição de práticas de Educação Ambiental (EA), no projeto pedagógico do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR). Inicialmente, foi feito um estudo exploratório com os alunos do terceiro ano do Ensino Médio em Agropecuária Orgânica e uma parte dos funcionários da escola, utilizando-se, como elementos de motivação, vídeos de curta duração, visita pelas instalações do colégio para observação de um problema ambiental específico - o lixo comum, e visita guiada ao depósito de lixo da cidade de Seropédica. Após essas atividades, foi feito um levantamento da percepção ambiental dos participantes, mediante manifestações livres por meio da elaboração de relatórios do que foi visto e discutido nas atividades, seguido de uma exposição de idéias, com apresentação de soluções possíveis para o problema do lixo escolar. À continuação, foi aplicado um questionário semiestruturado com questões abertas, nas quais o entrevistado manifestou-se livremente por escrito sobre o tema proposto, e com questões fechadas pré-formuladas, mediante as quais assinalava respostas que melhor representavam sua opinião. Responderam ao questionário 65 entrevistados, entre estudantes e funcionários. Os questionários foram analisados estatisticamente por dispersão e pelos resultados, observou-se que os argumentos dos entrevis tados foram tipicamente cartesianos. Essa visão reducionista limita a capacidade de enxergar o problema de uma forma sistêmica, pois são argumentos que apresentam uma concepção mecanicista do universo, cujas leis, de acordo com essa concepção, poderiam em tese, ser aprendidas objetivamente mediante procedimentos científicos. Essas estruturas de pensamento não são exclusivas dos entrevistados, sobretudo dos estudantes. Elas foram certamente consolidadas no convívio familiar, nas relações de vizinhança e nos demais grupos de relacionamento, inclusive na escola. Dentro desta perspectiva, entende-se que à EA cabe a tarefa de desarmar essas estruturas de pensamento que percebem a relação homem/natureza dentro de uma mecânica binária na lógica formal e racionalista. Esta pesquisa serviu-se de uma população especial que pode ser considerada representativa da elite discente do país. Portanto, não se tratam de conclusões generalizadas sobre o conjunto da população brasileira. Se essa premissa é verdadeira, a constatação é de que a situação é preocupante, pois a grande maioria dos brasileiros seguramente encontra-se em condições instrucionais menos privilegiadas do que os participantes dessa pesquisa, sustentando o argumento de que os resultados obtidos são representativos e espelham a realidade brasileira, o que subsidiaria a premência na implementação da EA no currículo das escolas de todo o país. A análise dos resultados obtidos na pesquisa permitiu uma interpretação e um diagnóstico mais preciso e pormenorizado do quadro da EA nos seus mais variados aspectos no âmbito do CTUR. Como resultado, puderam-se identificar equívocos e falhas, decorrente principalmente de uma abordagem superficial da EA na instituição. Foi dado um conjunto de sugestões, de caráter epistemológico, para auxiliar no Projeto Político Pedagógico da instituição e na implementação efetiva da EA, entendendo que a tarefa do professor é, não só complementar essa sugestão, como também encontrar respostas às provocações que o tema evoca e, assim, propor formas alternativas de pensamento e de atuação.