Susceptibilidade à desertificação no Estado do Rio de Janeiro baseada em índices climáticos de aridez: Práticas agroecológicas como alternativa de mitigação e prevenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bohn, Leonardo lattes
Orientador(a): Lyra, Gustavo Bastos lattes
Banca de defesa: Oliveira Júnior, José Francisco de, Assis, Renato Linhares de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15668
Resumo: A desertificação é considerada um dos mais graves problemas enfrentados pela humanidade em busca do desenvolvimento sustentável. Entende-se por desertificação “degradação da terra em regiões áridas, semiárida e subúmidas secas, resultantes de vários fatores, entre eles, variações climáticas e atividades humanas”. Em termos climáticos, índices de aridez são indicadores confiáveis da susceptibilidade a desertificação, sendo utilizados na delimitação de áreas susceptíveis a desertificação (ASD) no Brasil e no mundo. Embora o Brasil seja extremamente vulnerável à desertificação, a região Nordeste é prioritária em estudos relacionados ao tema. Todavia, sabe-se que demais áreas, principalmente nas regiões no entorno das ASD, também apresentam problemas relacionados a degradação da terra, agravados pelo fenômeno da seca. A agroecologia apresenta-se como uma nova proposta de combate a este fenômeno através do planejamento de sistemas agrícolas sustentáveis, que garantam ao mesmo tempo segurança alimentar, proteção dos recursos naturais e o bem estar das populações. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a susceptibilidade à desertificação no estado do Rio de Janeiro (RJ) e propor práticas agroecológicas como alternativa de mitigação e prevenção. Para tanto, calculou-se o Balanço Hídrico Climatológico (BHC) referente a 94 estações pluviométricas a partir de dados mensais de precipitação pluvial (P) e de temperatura do ar (Tm) do período (1961 – 2010). As Tm mensais foram estimadas por meio de um modelo linear múltiplo previamente ajustado, em função da latitude, longitude e altitude. Esse modelo foi utilizado também para a interpolação espacial da Tm anual através de álgebra de mapas. Obtiveram-se os dados de Evapotranspiração Potencial (ETP) e Déficit Hídrico (DEF), sendo a ETP e a P utilizadas para calcular os índices de aridez Ia e D. As médias anuais de P, ETP,DEF e os índices Ia e D foram espacializados pelo método de mínima curvatura para todo o estado do RJ. O Ia indicou susceptibilidade à desertificação em aproximadamente 5% do estado do RJ (2.305,8 km²), nas regiões Norte Fluminense e Baixadas Litorâneas, enquanto o índice D, caracterizou apenas uma área de 431,06 km² (1% do RJ) no Norte Fluminense como susceptível. Ambos os índices demonstraram que a região Norte Fluminense e porção leste da região das Baixadas Litorâneas são as mais secas do Estado, seguidas do Noroeste Fluminense e região Metropolitana. O Norte Fluminense se mostrou a região mais susceptível a desertificação. Posteriormente, realizou-se um estudo de caso com o intuito de se propor práticas agroecológicas que possam auxiliar no combate à desertificação nesta região. Nessa perspectiva, a recuperação e conservação da vegetação nas áreas protegidas por lei, o aumento da eficiência dos sistemas de irrigação, a diversificação da produção, o manejo agroecológico da fertilidade do solo, entre outros, apresentam-se como alternativas para a melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais e garantir a sustentabilidade ambiental frente a problemática da desertificação.