Fauna endoparasitária de Metynnis lippincottianus (Cope, 1870) do Alto Rio São Francisco, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Berto, Maria de Fátima Cancella Almeida lattes
Orientador(a): Sato, Marilia de Carvalho Brasil lattes
Banca de defesa: Santos-Clapp, Michelle Daniele dos lattes, Cohen, Simone Chinicz lattes, Berto, Bruno Pereira lattes, Borba, Hélcio Resende lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11812
Resumo: Metynnis lippincottianus (Cope, 1870) é um peixe de água doce comumente conhecido como “pacu” ou “pacu marreca”, pelágico, atinge o comprimento total de 20 cm e maturação sexual em torno de 10 cm. O pacu se alimenta de vegetais aquáticos, frutas, sementes, algas fitoplanctônicas, artrópodes e detritos. Este peixe é originária da bacia do rio Amazonas e dos rios do nordeste da Guiana Francesa. Esse trabalho teve como objetivos: identificar as espécies da fauna endoparasitária de Metynnis lippincottianus do alto Rio São Francisco, Minas Gerais, Brasil; registrar os parâmetros parasitários e os sítios de infecção de cada parasito; prover os dados morfométricos emorfológicos das espécies de parasitos; identificar possíveis correlações entre os parâmetros parasitários, o comprimento total e o sexo dos hospedeiros; investigar interações ecológicas dos hospedeiros baseando-se na interpretação de possíveis ciclos biológicos dos parasitos; comparar a fauna encontrada com os registros desses parasitos em hospedeiros nativos do sistema hídrico e em outros hospedeiros de outras localidades, para avaliar uma possível especificidade entre parasito e hospedeiro e contribuir com a indicação de espécies de parasitos que, acompanhando a espécie de peixe hospedeira, possa ter sido simultaneamente introduzida na comunidade biótica do sistema hídrico do Alto Rio São Francisco. Em junho e outubro de 2016, um total de 67 representantes de peixes da espécie Metynnis lippincottianus foram coletados pelos pescadores locais na foz do Borrachudo, à montante da barragem de Três Marias, Alto Rio São Francisco, Município de Três Marias, Estado de Minas Gerais, Brasil, e foram examinados no Laboratório de Biologia e Ecologia Parasitária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os endoparasitos coletados foram estudados conforme metodologia utilizada em Ictioparasitologia. Dos 67 peixes analisados, 63 encontravam-se parasitados, tendo sido encontradas cinco espécies de parasitos. Entre os Platyhelminthes, no intestino posterior do peixe foi encontrado um representante de Digenea, Dadayius sp. e larvas plerocercoides (Eucestoda, Proteocephalidae) na cavidade peritoneal, aderidas na superfície do estômago e intestinos do hospedeiro. Entre os Nematoda foram encontrados Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus Travassos, Artigas & Pereira, 1928 no estômago e no intestino anterior do hospedeiro, Spinitectusrodolphiheringi Vaz & Pereira, 1934 no estômago do peixe, e Spinoxyuris sp. no intestino posterior do hospedeiro. Na análise dos índices parasitários em relação ao tamanho dos peixes machos e fêmeas isoladamente, a intensidade e a abundância de Spinoxyuris sp. foram mais elevadas apenas nos peixes machos menores. Os resultados apresentados constituíram registros inéditos de parasitos em Metynnis lippincottianus no Rio São Francisco. Em relação à fauna parasitária registrada em espécies congenéricas de outras bacias, a presença das larvas plerocercoides e do nematoide Spinitectus rodolphiheringi caracterizam novos achados e ampliam a composição da fauna parasitária conhecida de Metynnis spp.. Além disso, Dadayius sp. e Spinoxyuris sp. são parasitos registrados pela primeira vez na bacia do São Francisco. Metynnis lippincottianus, peixe de recente introdução na bacia do São Francisco, adquiriu parasitos e está atuando como hospedeiro paratênico, intermediário e definitivo dessas espécies de helmintos.