Encapsulamento de conídios de Metarhizium anisopliae: avaliação da estabilidade e potencial no controle de Rhipicephalus microplus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Meirelles, Laura Nóbrega lattes
Orientador(a): Bittencourt, Vânia Rita Elias Pinheiro lattes
Banca de defesa: Bittencourt, Vânia Rita Elias Pinheiro, Golo, Patrícia Silva, Monteiro, Caio Márcio de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11920
Resumo: Devido aos problemas gerados pelo uso indiscriminado de acaricidas químicos para o controle de carrapatos, métodos alternativos vem sendo desenvolvidos, como o uso de fungos entomopatogênicos. No entanto, estes entomopatógenos têm sua viabilidade comprometida quando aplicados em condições naturais, sendo indispensável o desenvolvimento de formulações. Neste contexto, as tecnologias de microencapsulamento de agentes de biocontrole são promissoras, pois além de propiciar proteção contra fatores ambientais, aumentam a vida útil do microrganismo encapsulado. A gelificação iônica é uma técnica simples e financeiramente viável que vem sendo estudada para o encapsulamento de fungos entomopatogênicos.Assim, o objetivo do presente estudo foi encapsular os conídios de Metarhizium anisopliae (LCM S01) em alginato de sódio a 2 e 3%, utilizando a técnica de gelificação iônica e avaliar as micropartículas quanto a morfologia externa, concentração, viabilidade, tempo de prateleira, tolerância à irradiação UV-B, termotolerância e eficácia no controle de fêmeas ingurgitadas de Rhipicephalus microplus. A morfologia externa das partículas foi caracterizada através de Microscopia Eletrônica de Varredura e a viabilidade dos conídios encapsulados (EC) foi determinada pelo percentual de germinação. Para o tempo de prateleira, os conídios encapsulados em 2 (EC 2%) ou 3% (EC 3%) de alginato de sódio e os não encapsulados (NEC), foram armazenados por 1, 3, 5, 7, 9 e 11 meses em condição ambiente e em freezer. Quanto à tolerância à UV-B, os conídios EC e NEC foram expostos a dose total de 6.0 ou 8.0 kJ m-2, enquanto que para termotolerância foram submetidos a 42 ºC em banho maria por 2, 4 e 6 horas. Ainda, foram avaliados os parâmetros biológicos de fêmeas ingurgitadas expostas a 30, 60 ou 90 mg de micropartículas em condições laboratoriais. As partículas fúngicas de alginato de sódio a 2 e 3% apresentaram-se esféricas com superfície mais homogênea e heterogênea, respectivamente. O encapsulamento reduziu, cerca de 5× a concentração inicial de conídios e não afetou sua viabilidade. O encapsulamento aumentou a vida útil dos conídios armazenados em ambiente por 1, 3 e 5 meses em relação aos conídios NEC. Em freezer, os conídios NEC germinaram mais do que os EC. Os conídios EC e NEC apresentaram maior viabilidade em freezer do que em ambiente. A exposição ao calor por 6 horas reduziu a germinação de conídios NEC comparados com os EC 2 e 3%. A exposição às diferentes doses de UV-B também reduziu significativamente a germinação dos conídios NEC em relação aos EC. As partículas foram capazes de reduzir significativamente os parâmetros biológicos das fêmeas ingurgitadas quando comparado aos conídios NEC e ao grupo controle, no entanto não houve diferença significativa entre as diferentes quantidades de partículas avaliadas. De forma geral, não foram observadas diferenças significativas entre as concentrações de alginato de sódio utilizadas. Assim, as formulações desenvolvidas no presente estudo aumentaram o tempo de prateleira, a termotolerâcia e a tolerância à UV-B dos conídios de LCM S01 de M. anisopliae, e foram eficazes no controle de fêmeas ingurgitadas de R. microplus, apresentando potencial promissor no controle deste carrapato.