Plecoptera (Insecta) em riachos da Estação Biológica de Santa Lúcia, Espírito Santo, Brasil: distribuição espacial, sazonal e preferência por substratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Avelino Capistrano da lattes
Orientador(a): Costa, Janira Martins
Banca de defesa: Costa, Janira Martins, Xerez, Roberto de, Santos, Tatiana Chrysostomo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10745
Resumo: O presente estudo foi realizado no período de julho de 2008 a junho de 2009, com coletas bimestrais de imaturos de Plecoptera (Insecta), dos tipos manual com pinça e peneira, em cinco riachos da Estação Biológica de Santa Lúcia, no Município de Santa Teresa, Estado do Espírito Santo. Realizaram-se amostragens em quatro tipos de substratos (areia, folhiço, rocha e musgo) fim de estimar por qual tipo de substrato os imaturos de Plecoptera possuíam preferência. Realizou-se ainda a medição do indivíduo com o tipo de substrato, a fim de relacionar a idade da ninfa (através do tamanho total) com o tipo de substrato. As ninfas em estágios avançados de desenvolvimento foram criadas a fim de se obterem os adultos, e conseqüentemente, realizar a identificação das espécies, bem como relacionar os sexos e os estágios de vida. Os imaturos os quais não houve possibilidade de identificar em nível de espécie permaneceram morfotipados. Para a análise da influência do meio físico-químico com a sazonalidade e distribuição espacial, mensurou-se em cada local de coleta, as variáveis abióticas e atmosféricas. Analisou-se também a diversidade dos pontos de coleta relacionando com a ordem de grandeza do córrego estudado. Por fim, verificou-se a presença de organismos epibiontes sobre as ninfas, a fim de complementar as informações acerca de relações interespecíficas entre plecópteros e outros invertebrados aquáticos. Foram encontradas as duas famílias reportadas para o Brasil: Perlidae e Gripopterygidae. A família Perlidae foi mais representativa, abrangendo 84,7% da amostra, com os gêneros Kempnyia (78,6%), Anacroneuria (2,5%) e Macrogynoplax (3,6%). Gripopterygidae foi representou 15,3% do total, com os gêneros Tupiperla (0,9%), Paragripopteryx (3,2%) e Gripopteryx (10,5%). Encontrou-se a maior abundância e diversidade no Córrego Bonito (H’ = 1,43), um curso de 2a ordem, enquanto no Córrego Tapinuã obteve-se a menor abundancia. O Córrego da Divisa apresentou a maior riqueza (1,87) e no Córrego Banhado a maior equabilidade (J = 0,89). Em relação à estação seca e chuvosa, não houveram diferenças significativas entre as abundâncias absolutas (p > 0,01); porém, na estação seca houve aumento significativo da abundância de Gripopterygidae (p < 0,01). Segundo a Análise de Correspondência Canônica, Kempnyia sp.3 e Macrogynoplax sp.1 estão correlacionados com o pH e o OD. K. gracilenta, K. reticulata, Kempnyia sp.2 e Paragripopteryx sp.2 apresentaram maior correlação com a temperatura do ar e a pluviosidade. As demais morfoespécies não se correlacionaram com nenhum fator. A análise das espécies indicadoras revelou preferência pelo substrato ‘folhiço’ (p<0,01) por K. gracilenta, K. reticulata, Kempnyia sp.1 e Anacroneuria sp.2; para as demais morfoespécies e substratos não houve significância estatística. Os dados morfométricos revelaram que ninfas menores ocorrem preferencialmente no substrato ‘musgo’. Por fim, foram registradas três associações epibióticas nos plecópteros: com protozoários ciliados (Epystilis sp.), com platelmintos (Temnocephala sp.) e larvas de Diptera (Nanocladius sp.). Os protozoários ocorreram em maior número e estiveram presentes em grandes quantidades nas brânquias dos plecópteros.