Uso do espaço e comportamento de fuga dos lagartos da restinga de Praia das Neves, Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Fiuza, Luiz Marcelo de Salles Cunha lattes
Orientador(a): Araújo, Alexandre Fernandes Bamberg de lattes
Banca de defesa: Kiefer, Mara Cíntia, Nunes, Antônio José Mayhé
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10846
Resumo: Este estudo foi realizado na restinga de Praia das Neves, no estado do Espírito Santo. O objetivo principal foi melhorar o entendimento de como as espécies de lagartos da comunidade utilizam os microhabitats da restinga para o forrageio e para a fuga de predadores. A coleta de dados ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro de 2008 e julho e agosto do mesmo ano. Adicionalmente, foram realizadas campanhas de menor tempo em outros meses de 2008 e 2009. Foram utilizadas armadilhas de interceptação e queda com cerca guia e buscas ativas em seis sítios de amostragem espalhados nas diversas formações vegetais da restinga. Este esforço reuniu 10 espécies de lagartos: Liolaemus lutzae (Liolaemidae), Tropidurus torquatus (Tropiduridae), Gymnodactylus darwinii (Phyllodactylidae), Hemidactylus mabouia (Gekkonidae), Ameiva ameiva e Tupinambis merianae (Teiidae), Anolis fuscoauratus (Polychrotidae), Mabuya agilis e Mabuya macrorhyncha (Scincidae), e Ecpleopus gaudichaudii (Gymnophtalmidae). A espécie Tropidurus torquatus apresentou a maior largura de nicho para o forrageio, enquanto Hemidactylus mabouia mostrou a maior largura de nicho para a fuga. Este estudo foi o primeiro registro de Ecpleopus gaudichaudii no estado do Espírito Santo, quando sua distribuição estava restrita aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, foram investigadas três variáveis ambientais e uma variável comportamental. As variáveis ambientais avaliadas foram: altura da vegetação (AltVeg), altura do poleiro (AltPol), altura da vegetação do refúgio (AltRef); e a variável comportamental foi a distância de fuga (DistFug). A análise dos componentes principais (PCA) e a análise discriminante indicaram que AltVeg e DistFug são as variáveis mais importantes para a estruturação desta comunidade nesse estudo. A grande importância observada para a distância de fuga sugere que a predação é determinante para estruturar comunidades animais. Posteriormente o teste de Kruskall-Wallis apontou as diferenças entre as espécies para cada uma das variáveis analisadas. Finalmente, uma análise de agrupamento reuniu as espécies em três grupos de acordo com as táticas de fuga observadas em campo e complementadas com a literatura existente. Também, foi feito um ensaio de como uma análise de parcimônia respondia às táticas de fuga, resultando numa grande semelhança com a análise de agrupamento, sugerindo que análises comportamentais podem ajudar na compreensão da filogenia de lagartos.