Castanhas da Amazônia: composição nutricional e benefícios para a saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lopes, Beatriz de Oliveira lattes
Orientador(a): Silva, Otniel Freitas lattes
Banca de defesa: Silva, Otniel Freitas, Mamede, Alexandra Mara Goulart Nunes, Nascimento, Maria Rosa Figueiredo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10903
Resumo: A Região Amazônica brasileira tem como característica uma enorme biodiversidade de flora e fauna, com a produção de frutos e oleaginosas presentes na alimentação de variadas formas. Oriundas da Floresta Amazônica as castanhas-de-cutia (Couepia edulis) e castanha-de-galinha (Couepia longipendula) da família Chrysobalanaceae, são espécies pouco conhecidas, porém consumidas regionalmente, em contrapartida, a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) da família das Lecythidaceae já possui um reconhecimento nacional e internacional, e tem uma grande produção, por meio do extrativismo vegetal e a castanha-de-sapucaia (Lecythis pisonis), também da mesma família, que além de ter produção no bioma amazônico também é encontrada nos biomas cerrado e de mata atlântica . Com o objetivo de ampliar o conhecimento de espécies pouco conhecidas de castanhas amazônicas, o trabalho buscou avaliar a composição físico-química dos frutos em sua totalidade, amêndoa e casca, e mostrar os diferenciais que apresentam. As castanhas foram recebidas pelo Banco de Germoplasma da Embrapa Manaus e pela Flona – Floresta Nacional Mário Xavier, e passaram por análises físico-químicas afim de determinar sua composição nutricional em carboidratos, lipídios e proteínas, composição de minerais e de presença de micotoxinas. As amostras das castanhas (Cutia, Galinha, Sapucaia e Brasil) foram separadas em amêndoa e casca para as análises. A composição nutricional, o valor calórico das amêndoas demonstrou que a castanha-de-cutia apresentou o maior valor (675,7 kcal/100 g), logo após tem a castanha-de-sapucaia com (672,19 kcal/100 g), seguido por castanha-de-galinha (627,87 kcal/100 g) e por fim, castanha-do-brasil (620,23 kcal/100 g) com o menor índice. As castanhas apresentam em sua composição altos teores de gorduras e proteínas, além de um perfil peculiar de micronutrientes. Quanto ao teor de minerais presente nas amêndoas, dentre os macrominerais os teores de potássio, fósforo e magnésio foram bem expressivos e entre os microminerais destaca-se o teor de ferro. Sendo a castanha-de-sapucaia a que obteve os maiores valores para potássio, fósforo, cobre, manganês e ferro. O teor de selênio avaliado nas amêndoas demonstrou um alto quantitativo na composição da castanha-do-brasil (147,79 ± 4,02 mg/kg), nas outras castanhas uma quantidade aproximada não foi verificada, contando: castanha-de-sapucaia com (15,09 ± 0,50 mg/kg), castanha-de-cutia com (3,82 ± 0,58 mg/kg) e a castanha-de-galinha (3,80 ± 0,81 mg/kg). Ainda assim, sua presença nas amêndoas é positiva, uma vez que o selênio protege contra danos oxidativos e seu consumo pode reduzir o risco do desenvolvimento de doenças crônicas. Quanto aos níveis de aflatoxinas (AFG2, AFG1, AFB2 e AFB1) não foram detectadas nas amostras analisadas (<0,01 mg/kg). Analisando a casca das castanhas, a castanha-de-sapucaia também foi a que obteve os maiores valores para a maioria dos minerais sendo eles: magnésio, cálcio, manganês, zinco, cobre, fósforo, boro, rubídio e cobalto. E devido a constituição das cascas contendo fibras insolúveis em grande maioria, o valor nutritivo não é muito significativo, sendo utilizada mais para fins industriais. Portanto, esse trabalho permitiu conhecer em parte as potencialidades nutricionais dessas castanhas para estimular sua valorização através do apelo nutricional e assim estimular a produção / domesticação destas espécies produtoras de frutos tão únicos.